CIDADANIA

Vitória consolida parcerias para tratamento de usuários de drogas

Parceria com com os projetos Cristolândia e Rede Abraço inseri-las em trabalhos.

Em 28/03/2019 Referência JCC, Paula M. Bourguignon

Foto: Divulgação Semas/PMV

Com o objetivo de melhorar o atendimento às pessoas em situação que são dependentes químicos, a Escola da Vida, da Prefeitura Municipal de Vitória, firma parcerias com entidades que oferecem tratamento contra o uso de drogas. O objetivo é inseri-las em trabalhos para eliminar o vício. 

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Para isso, o espaço tem parceria com os projetos Cristolândia e Rede Abraço, que atuam no tratamento de pessoas que usam entorpecentes e as inserem em comunidades terapêuticas.

"Queremos despertar nessas pessoas em situação de rua uma nova oportunidade para que elas encontrem nossos equipamentos e confiança em mudar de vida. Por isso, estamos ampliando nossas parcerias para somar nossas forças nessa causa", disse o gerente da Escola da Vida, Luiz Melo.

Escola da Vida

A Escola da Vida desenvolve diversas atividades coletivas e individuais visando fortalecer a capacidade de expressão, autoconhecimento, autoconfiança, autoestima, ampliação do capital cultural, estímulo à leitura e à escrita, criatividade e interesse por novas aprendizagens entre pessoas em situação de rua que aceitaram os serviços socioassistenciais.

Há palestras sobre empreendedorismo, oficinas de projetos de vida, de criatividade, de liderança e de leitura, rodas de conversas, além de espaços de sarau de poesias, rodas de rimas, exposições, cineclube e cursos.

Paralelo a essas atividades, o projeto faz a articulação com a rede de serviços da cidade, pública e privada, para encaminhamento dos usuários ao mercado de trabalho, seja como autônomos ou empregados.

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Articuladora conta sucesso nas abordagens à população de rua

"Como eu fui criada no morro, eu vi esta realidade bem próxima: a guerra da droga e do crime. Sempre soube lidar com questões envolvendo as pessoas em situação de rua. Hoje eu tento chegar a elas. Elas vêm a mim e se sentem acolhidas". Essa é a declaração de Macsiene Rodrigues Vieira, mais conhecida como "tia Max", que é articuladora da Escola da Vida.

Macsiene destaca que a forma como fala e aborda as pessoas em situação de rua ajuda a convencê-las a aceitar os serviços assistenciais. Foto: Guiomedce Paixao

Com um sorriso espontâneo e sincero, a profissional, atualmente com 45 anos de idade e criada no Bairro do Quadro, enaltece o trabalho desempenhado junto a esse público: "Tem um ano e dois meses que estou na Escola da Vida e sou apaixonada pelo que estou fazendo. De coração. Gosto e sou grata pelo que faço. Nunca pensei que fosse trabalhar com pessoas em situação de rua e fosse me adaptar tão rápido".

Ela destacou como é o trabalho de abordagem e acolhida junto às pessoas em situação de rua: "Não falta o respeito delas comigo. Eu brinco e falo o que tiver que falar. Não sei usar palavras difíceis. Elas me entendem e se abrem comigo. Meu grande diferencial é falar o que penso. Se tiver errado ou brigando, eu chamo atenção e essas me escutam. Respeito gera respeito, mas tudo com limites. Sou chamada de tia e arrumei um monte de sobrinhos", contou.

Tia Max ponderou que muitas pessoas ainda não aceitam os serviços oferecidos pela Escola da Vida. "A equipe da Escola da Vida tenta sempre ajudar. Só que ainda há algumas portas fechadas por parte das pessoas. Elas deveriam se abrir mais para o nosso trabalho fluir. Temos muita vontade. É um trabalho diário".

Case

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Jamile participou da oficina de grafite e teve a oportunidade de colocar em prática o que aprendeu na Escola da Vida. Foto:  Divulgação Semas/PMV

Realidade

"Em casa, também passo o que aconteceu aqui na rua para os meus dois filhos (de 17 e 20 anos), para que eles vejam que estão bem e que muitos gostariam de estar no lugar deles. Muitas vezes, meus filhos reclamam: 'Ah, está faltando...', e eu falo: 'Está faltando nada'. Eles precisam conhecer a realidade da vida, que é dura. Eles dizem que sou a melhor mãe do mundo. Isso é meu presente. Fico realizada em saber que meus filhos estão bem e também de ajudar as pessoas em situação de rua".

Encorajamento

"A Escola da Vida é um espaço de encorajamento de sonhos. Tentamos identificar as potencialidades e apostamos em cada uma dessas pessoas. Para que esses sonhos possam ter vazão, criamos um espaço de conexão e articulação dessas oportunidades pela cidade. A Max tem uma grande capacidade de diálogo com essas pessoas e consegue se aproximar delas. O jeito de falar e sua expressão corporal aproximam esse público de um jeito muito peculiar", disse o gerente da Escola da Vida, Luiz Melo. 

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