POLÍTICA NACIONAL

Após pressão popular, deputados rejeitam fundo eleitoral

Foram 441 votos pela retirada contra apenas um voto favorável.

Em 23/08/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Brasília - Depois da repercussão negativa da possível destinação de R$ 3,6 bilhões para campanhas eleitorais de 2018, os deputados aprovaram por larga margem a exclusão do 0,5% da receita orçamentária para esse fim. Foram 441 votos pela retirada contra apenas um voto favorável. Por enquanto, está mantido o financiamento público eleitoral, mas, agora, não se sabe de onde virá o dinheiro.

Na discussão desse item, foram muitos os discursos calorosos, agora, contra os 0,5%. “Nosso partido, o PRB , vai votar não só contra os 0,5% como também contra o financiamento público. O momento do país é muito delicado para isso”, disse o deputado Beto Mansur (SP), que foi um dos principais artífices da manutenção de Michel Temer na Presidência da República. E, para manter o peemedebista no cargo, na votação de seu afastamento para ser julgado pelo STF por corrupção, o governo abriu o cofre, liberou emendas e obras aos aliados.

“Vocês acham que a sociedade vai compreender isso? Tirar dinheiro público para financiar político? Claro que não! E o povo está com a razão”, disse o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS).

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O único voto favorável foi da deputada Geovania de Sá (PSDB-SC), mas ela alegou que se equivocou na hora de votar. E pediu que seu voto fosse retificado.

Na votação desta quarta, os deputados votaram temas menos polêmicos e que tinham algum consenso. Entre eles, a retirada do texto, para tramitação em separado, da previsão de um mandato de dez anos para ministro de um tribunal superior.

A dificuldade será na hora de aprovar o distritão e o financiamento público. As votações já foram suspensas duas vezes pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por risco de derrota. Os deputados temem não juntar os 308 votos necessários para aprovar nem um nem o outro.

Protesto

Um pequeno grupo de manifestantes protestou contra as mudanças a reforma política no final da reunião da comissão especial nesta quarta. Oito pessoas vestindo camisa amarela gritaram palavras de ordem contra o distritão e o fundo de financiamento público. “Não ao fundão”, “não ao distritão” e “vergonha” eram as palavras de protesto.

Eles se apresentaram como “ativistas independentes” e cujo propósito é unir a direita de todo o país. Os manifestantes garantiram não ter vínculo com qualquer político ou partido e viajaram de várias partes do país para Brasília.

“É o povo que está aqui...não tem dinheiro para hospital. Vocês são o lixo”, gritavam os manifestantes. Cada camisa tinha um letra grande que, juntos, formavam a frase “não ao fundão”.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil