POLÍTICA NACIONAL

Ex-procurador da Lava Jato defende que Moro deixe ministério

Moro deve sair. Bolsonaro não é correto e não tem palavra, disse Carlos Fernando Lima.

Em 23/04/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Luciano Calafiori/G1

O ex-decano da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, Carlos Fernando dos Santos Lima saiu em defesa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e atacou o presidente Jair Bolsonaro em post no Facebook nesta quinta-feira, 23, logo após notícia sobre a possível interferência na troca no comando da Polícia Federal. “Moro deve sair. Bolsonaro não é correto, não tem palavra, deixou o ministro sem qualquer apoio no Congresso tanto nas medidas contra a corrupção quanto durante o episódio criminoso da Intercept, e nunca foi um real apoiador do combate à corrupção”, escreveu Carlos Lima., defendeu o ex-procurador.

O ministro e ex-juiz da Lava Jato, em Curitiba avisou que deixará o governo caso o presidente imponha um novo nome para comandar a PF, atualmente ocupada por Maurício Valeixo. O Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que o ministro não aceita que essa troca venha de “cima para baixo”, e defende o direito de fazer a escolha.

A saída de Valeixo do cargo de diretor-geral da corporação já estava sendo tratada por Moro, que tentava encontrar um nome de sua confiança para o cargo. Bolsonaro, no entanto, avisou que nomearia um substituto. É a segunda vez que o presidente ameaça trocar a cúpula do órgão.

Desde o ano passado, Carlos Lima acusa as tentativas de Bolsonaro de tentar “subordinar” a PF e o Ministério Público Federal para salvar “os seus”. Aposentado desde 2019, ele virou consultor de compliance e especialista em combate à corrupção. (Estadão Conteúdo)

SAIBA MAIS SOBRE O ASUNTO

Moro diz a Bolsonaro que sai se diretor-geral da PF for demitido

Um dia depois de ter sido avisado por Jair Bolsonaro de que o comando da Polícia Federal seria trocado, o ministro da Justiça, Sergio Moro, avisou nesta quinta-feira (23) ao presidente que pedirá demissão se confirmada a saída do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.

A intenção inicial de Bolsonaro era anunciar nesta sexta (24) o nome do substituto de Valeixo.

Desde o ano passado, o presidente Bolsonaro tem manifestado o interesse em trocar o comando geral da Polícia Federal para colocar alguém de sua confiança.

Em agosto, o presidente afirmou que pretendia substituir o superintendente da PF no Rio de Janeiro por razões de "produtividade". "Quem manda sou eu", afirmou na ocasião. Um dia depois, amenizou: "Tanto faz".

Valeixo é ligado a Moro desde os tempos da ação dele na Operação Lava Jato, no Paraná.

Antes de trocar Valeixo, no ano passado, o presidente fez substituições importantes em cargos de chefia na Polícia Federal, inclusive no Rio de Janeiro, base eleitoral dele e do filho Flavio Bolsonaro, senador. Moro conseguiu reverter outras mudanças desejadas pelo presidente. (G1)