POLÍTICA NACIONAL

Interferência do presidente está oficializada, diz Witzel

Witzel insinua que investigação é resultante de suposta interferência de Jair Bolsonaro.

Em 26/05/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, divulgou uma nota em que nega sua participação em irregularidades e insinua que a investigação é resultante de suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro.   

A PF cumpre nesta terça-feira (26) 12 mandados de busca e apreensão em um inquérito que apura supostos desvios de recursos públicos em ações de combate à pandemia do novo coronavírus, no âmbito da Operação Placebo.   

Policiais realizaram buscas no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio, na casa em que Witzel morava antes de ser eleito e em seu escritório de advocacia.

“Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal”, diz a nota de Witzel.  

O governador também afirma “estranhar” o “fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim” – a parlamentar Carla Zambelli havia antecipado na segunda-feira (25) que a PF deflagraria operações contra supostos desvios nos estados.   

Segundo Witzel, isso “demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará”.

“A interferência anunciada pelo presidente da República está devidamente oficializada”, acrescenta o governador, ressaltando que está “à disposição da Justiça”.

Ex-aliado de Bolsonaro, Witzel foi chamado de “estrume” pelo presidente em uma reunião ministerial em 22 de abril. Ao ser questionado sobre a operação desta terça-feira, Bolsonaro respondeu: “Parabéns à Polícia Federal, fiquei sabendo agora pela mídia”. (ANSA)