POLÍTICA NACIONAL

Justiça Federal ouve testemunhas de acusação de ação que envolve Bumlai.

Audiência deve começar às 14h desta segunda (29), na capital paranaense.

Em 29/02/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Justiça Federal vai ouvir três testemunhas de acusação em uma ação penal que envolve o pecuarista e empresário José Carlos Bumlai em uma audiência marcada para esta segunda-feira (29) a partir das 14h.

Também são réus nesta ação o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores João Vaccari Neto, que está preso no Paraná, um dos acionistas do grupo Schahin Salim Schahin e outras sete pessoas.

As testemunhas que serão interrogadas são: Robson Cecílio, que é auditor da Petrobras e Waldemar Marlo e Ivan Marques Liza, que são funcionários do grupo Schahin.

José Carlos Bumlai confessou em depoimento dado à Polícia Federal, em Curitiba, em fevereiro, que houve fraude na quitação do empréstimo de R$ 12 milhões feito por ele no Banco Schahin. Ele disse também acreditar que o dinheiro seria para pagar dívidas de campanha eleitoral em Campinas (SP) e para "caixa 2" do Partido dos Trabalhadores (PT).

No depoimento, o pecuarista disse que o empréstimo foi acertado em uma reunião durante uma noite de outubro de 2004, na sede do banco, em São Paulo.

Estavam presentes, segundo ele, o então presidente do Banco Schahin, Sandro Tordin, Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, e profissionais da área de propaganda e marketing, que segundo Bumlai, prestavam serviços para ele e para partidos políticos.

O empresário contou que os profissionais da área de propaganda e marketing afirmaram que precisavam levantar recursos para campanhas que estavam entrando em segundo turno e que Delúbio Soares disse que gostaria de ter acesso à parte do recurso. De acordo com o pecuarista, Delúbio também não esclareceu o percentual do empréstimo que seria destinado ao PT.

Bumlai declarou à Polícia Federal que não foi dito o destino do dinheiro. Ele disse também, conforme o depoimento, ter entendido que Delúbio representava os interesses do PT na reunião.

O pecuarista afirmou que a conversa que teve com Sandro Tordin, quando houve o primeiro vencimento do empréstimo, o fez concluir que "o retardo na quitação do empréstimo estava acompanhado de interesses escusos do Grupo Schahin em eventualmente conseguir contratos para operação de sondas na Petrobras".

Reforma em sítio
Depoimentos dados ao Ministério Público de São Paulo apontam que o pecuarista José Carlos Marques Bumlai e as construtoras OAS e Odebrecht pagaram pela reforma e pelos móveis de um sítio em Atibaia, no interior do estado, frequentado pelo ex-presidente Lula e sua família.

Bumlai é dono da Usina São Fernando, que, segundo indicam os depoimentos, teria bancado parte da reforma do sítio.

Os depoimentos foram dados por profissionais contratados para fazer a obra no sítio. Um deles é Adriano Fernandes dos Anjos, ex-dono da Fernandes dos Anjos & Porto Montagem de Estruturas metálicas Ltda. Ele contou aos promotores que prestava serviço para a usina de Bumlai e que a usina o contratou para fazer uma estrutura metálica na casa do sítio em Atibaia.

Dos Anjos afirmou que ficou na cidade de 30 a 40 dias e que recebeu cerca de R$ 40 mil de mão de obra pelo serviço. O pagamento foi feito pela Usina São Fernando por meio de depósito bancário. O sogro de dos Anjos confirmou à reportagem que ele trabalhou na obra “por intermédio do pessoal da usina” de Bumlai.

Fonte: G1