POLÍTICA NACIONAL

Período eleitoral conta com reforço no combate a notícias falsas

Iniciativas de profissionais da comunicação averiguam notícias das eleições.

Em 21/08/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Divulgação

Com o início da propaganda eleitoral das eleições de 2018, na última quinta-feira (16/8), aumenta também o volume de informações, fatos e boatos circulando na web e redes sociais. Preocupados com a força das notícias falsas, as chamadas fake news, diversas organizações dedicam-se ao combate dessa prática neste ano.

Um exemplo é o recém-lançado projeto ComProva, que reúne jornalistas de 24 diferentes veículos de comunicação do país para checar informações durante o período eleitoral e recebe questões por Whatsapp. O poder público também se mobilizou – a Polícia Federal e o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, por exemplo, montaram equipes exclusivas para investigar e combater notícias falsas.

O fenômeno das notícias falsas não é novo, mas foi potencializado com a popularização da internet. É o que explica o professor Guilherme Carvalho, coordenador do curso de Jornalismo do Centro Universitário Internacional Uninter. “A notícia falsa existe desde que o jornalismo foi criado. Porém, o processo de comunicação de massa não é mais um monopólio dos grandes meios de comunicação, já que o cidadão comum também consegue transmitir conteúdos”, ilustra.

Durante a corrida eleitoral que elegeu Donald Trump nos Estados Unidos, em 2016, por exemplo, houve um “boom” de notícias falsas. Uma pesquisa conduzida pelo Pew Research Center no período pré-eleitoral norte-americano apontou que 64% dos adultos dos Estados Unidos acreditavam que as notícias falsas estavam deixando a população confusa a respeito de fatos básicos.

Sem boatos

No combate às notícias falsas, Carvalho afirma que a responsabilidade maior é dos jornalistas, que devem prezar pela qualidade do próprio trabalho, mas outras entidades são responsáveis – empresas midiáticas, poder público e organizações da sociedade civil. “Tem que ser feito um trabalho conjunto”, defende.

Para diferenciar uma notícia falsa da verdadeira, o professor sugere que os leitores busquem qual é a fonte da informação, comparem a mesma notícia em vários sites ou veículos jornalísticos e se questionem: quem está disseminando essa informação e com qual interesse? “O brasileiro, infelizmente, não é educado para pensar a mídia. É um processo de aprendizagem”, pontua.