SAÚDE

Paralisia Cerebral pode causar danos como crises epiléticas

30 a 50% das crianças com paralisia cerebral também apresentam crises.

Em 16/10/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Paralisia Cerebral (PC), cujo termo médico é encefalopatia crônica não progressiva, é uma desordem neurológica que afeta o cérebro em desenvolvimento. Dependendo da gravidade das lesões e das áreas atingidas, a criança pode apresentar um quadro de epilepsia em conjunto com a paralisia cerebral.

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Segundo a neuropediatra, Dra. Andrea Weinmann, a paralisia cerebral é causada por lesões no cérebro que podem ocorrer na vida intrauterina, durante ou após o nascimento. Essas lesões aumentam o risco de atividades nervosas anormais no cérebro, que podem resultar em crises epiléticas.  
 
“Entretanto, embora a paralisia cerebral seja um fator de risco para a epilepsia, estudos apontam que a concomitância destas condições é mais prevalente em crianças que apresentam dois tipos específicos de PC, como a tetraplegia espástica e a diplegia espástica”, explica Dra. Andrea.  
 
Tetraplegia e diplegia espástica: entenda melhor

O termo tetraplegia é usado quando há perda dos movimentos das pernas, braços e do tronco. A intensidade dessa perda pode ser diferente de paciente para paciente, variando desde fraqueza até a perda total da capacidade de movimento, incluindo a respiração. Já o termo diplegia é usado quando apenas os membros (braços e pernas) de um lado do corpo apresentam déficit total ou parcial de movimentos.
 

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“Além do déficit motor, essas crianças apresentam lesões nos neurônios motores superiores, responsáveis por enviar mensagens químicas para a contração dos músculos voluntários do corpo. Assim, os músculos se tornam mais rígidos, pois perdem a capacidade de contrair e de relaxar de forma alternada. Esta condição é chamada de espasticidade”, explica Dra. Andrea. 
 
Crises costumam surgir no primeiro ano de vida

“Observamos que as crises epiléticas em crianças com diagnóstico de paralisia cerebral tendem a ter um início mais precoce, ainda no primeiro ano de vida ou até mesmo no primeiro mês após o nascimento. Além disso, são mais comuns em quadros de PC que envolvem deficiência intelectual ou em crianças com graus mais severos de paralisia cerebral”, comenta Dra. Andrea.
 
Prognóstico

A criança com paralisia cerebral e epilepsia deve ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar, sendo o médico neurologista infantil especialista nas duas condições. “O tratamento pode envolver uma série de recursos, como medicamentos para controlar as convulsões no caso da epilepsia, por exemplo.

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Em relação à paralisia cerebral, recursos como fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional podem contribuir para a melhora dos déficits motores, intelectuais e da fala”, diz a neuropediatra.
 
Cirurgia pode tratar a epilepsia?

Nos últimos anos, os tratamentos para a epilepsia evoluíram bastante e hoje há algumas opções para controle das crises epiléticas refratárias, ou seja, aquelas que não melhoram com o uso de medicamentos. Um destes tratamentos é a Terapia de Estimulação do Nervo Vago (VNS).
 
“Trata-se de um implante de um gerador de pulsos elétricos programáveis, que fica ligado a eletrodos que são conectados ao nervo vago cervical esquerdo. Podemos comparar o gerador a um marca-passo. Depois do implante, esse dispositivo irá enviar impulsos elétricos para o cérebro por meio do nervo vago para evitar as crises epiléticas. Segundo estudos, há redução de até 90% das crises”, comenta o neurocirurgião, Dr. Iuri Weinmann.
 
Prevenção

Apesar dos avanços da medicina, a Paralisia Cerebral não tem cura, embora possa ter tratada para oferecer à criança oportunidades de desenvolvimento e uma melhor qualidade de vida.

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“A gravidez, o parto e o pós-parto são momentos cruciais para o desenvolvimento do cérebro. O ideal é realizar exames antes de engravidar para diminuir o risco de intercorrências durante a gestação. Algumas causas conhecidas de paralisia cerebral pré-natais são o uso de álcool e drogas e infecções maternas, por exemplo.
 
O acompanhamento pré-natal com o obstetra também é fundamental para evitar o parto prematuro, outro fator de risco para a paralisia cerebral. E claro, cuidados após o nascimento, especialmente com quedas ou lesões que atinjam o crânio.