EDUCAÇÃO

Ensino de computação na Educação Básica a partir de 2023

O ensino de computação foi inserido na BNCC das escolas de Educação Básica do Brasil.

Em 14/10/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Divulgação/Univates

De acordo com as normas publicadas no Diário Oficial da União (DOU), no último dia 3, o Brasil terá ensino de computação na Educação Básica a partir de 2023.

O ensino de computação foi inserido na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) das escolas de Educação Básica de todo o Brasil a partir de normas publicadas no Diário Oficial da União (DOU) no último dia 3. Participaram da elaboração do documento professores de todos os Estados do Brasil. 

As discussões sobre a temática tiveram o envolvimento permanente da Sociedade Brasileira de Computação, do Fórum de Licenciatura em Computação (ForLic) e do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB). 

O documento defendendo a inserção da computação na BNCC descreve que, no cotidiano humano contemporâneo, os dispositivos de computação operam em praticamente todos os serviços essenciais, dos utensílios do lar às atividades laborais, na saúde, na agricultura, nos automóveis e na crescente automação, trazendo enormes desafios sociais e econômicos. 

Majoritariamente, a informação que a humanidade possui e utiliza está armazenada digitalmente. O mundo é cada vez mais dependente de tecnologias digitais. É nesse contexto que se insere a necessidade de preparar os estudantes brasileiros para se relacionarem com a computação e com a tecnologia. 

O contexto

Pesquisas realizadas em diversos locais do mundo demonstram os efeitos positivos e as possibilidades da inserção de conteúdos de computação na Educação Básica. Uma pesquisa publicada na revista European Schoolnet em 2014 indica que na Europa, em 13 países de 20 entrevistados, a programação de computadores faz parte dos componentes curriculares obrigatórios, desde a Educação Infantil até o 9º ano do Ensino Fundamental.  


Ensino da computação, estruturada pelo tripé Ciência da Computação, Tecnologia da Informação e Letramento Digital, na Europa. Foto: Reprodução/Unsplash

Na Inglaterra havia o componente curricular de Informática como obrigatório nas escolas, no qual eram trabalhados aplicativos como editores de texto, planilhas eletrônicas, apresentações de slides, entre outros. Mais recentemente esse cenário mudou, especialmente na Europa, sendo os conteúdos mais genéricos de informática substituídos por ensino da computação, estruturada pelo tripé Ciência da Computação, Tecnologia da Informação e Letramento Digital.

No Brasil, em 2018 o MEC aprovou a Base Nacional Comum Curricular, que é composta por 10 competências, das quais três estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento do pensamento computacional pelo estímulo das habilidades para resolução de problemas e computação, sendo elas: Competência 2 – Pensamento científico, crítico e criativo; Competência 5 – Cultura digital; e Competência 7 – Argumentação. A BNCC orienta toda a construção do sistema de ensino do Brasil, e as normas para a inserção da computação no conjunto de conteúdos são um complemento ao documento já seguido em todo o Brasil, por

Computação na BNCC

O movimento para, de fato, inserir a computação na Educação Básica no Brasil não parou, desde que foi iniciado há cerca de uma década. Por muitos anos a 

SBC vem se manifestando e demonstrando, por meio de pesquisas, a importância da inserção da computação na Educação Básica. 

Diante disso, no final de 2021 um grupo de professores da área, juntamente com representantes da SBC, se reuniu para discutir o assunto e construir as normas da computação para a Educação Básica, contendo as habilidades, objetivos e exemplos de atividades para a sua inserção em nível nacional desde a Educação Infantil. O documento foi aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em fevereiro de 2022. 

O tema

A professora Maria Claudete Schorr é doutora em Informática na Educação, na Universidade do Vale do Taquari - Univates, foi uma das representantes do Rio Grande do Sul no processo.

“Como atuei por 14 anos no ensino da computação na Educação Básica e sempre fui defensora dessa proposta, me aproximei de pessoas que também a defendiam. Fui convidada para atuar no final de 2021, quando os Grupos de Trabalho foram criados, e fiquei em meu grupo como uma das representantes da SBC”, explica. 

As normas foram publicadas no Parecer CNE/CEB nº 3/2022, aprovado em 7 de abril de 2022(Por Redação/AsImp)

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