CIÊNCIA & TECNOLOGIA

92% dos brasileiros com mais de 60 anos usam smartphones

São mais de 30 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, segundo IBGE.

Em 15/05/2019 Referência JCC, Betania Lins

Divulgação

Encontrar a avó tricotando no sofá de casa ficou para trás. Ao contrário do estereótipo, tecnologia e envelhecimento caminham juntos; o retrato da participação das ferramentas digitais entre essa parcela da população é bastante relevante. Para os prateados, as novas tecnologias são janelas para o mundo: 92% dos maduros possuem smartphone; o índice é de 51% entre os 75+ e 96% entre os com até 64 anos. A pesquisa traz um Raio-X inédito sobre quem são e como vivem os prateados brasileiros. São mais de 30 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, segundo dados do IBGE, tem um estilo de vida e hábitos de consumo que eram, há três décadas, associados somente aos mais jovens. Na prática, os maduros trocaram as agulhas de crochê e a bengala pelos teclados dos smartphones: namoram online, acessam banco, assistem vídeos, cuidam da saúde e muito mais.

De acordo com o mapeamento nacional, apenas 10% dos seniores declararam não estar em nenhuma rede social; entre os entrevistados com até 64 anos, 85% possuem computador/notebook; entre os que possuem smartphone, 96% têm até 64 anos. Quando perguntados sobre as atividades feitas no celular, entre as 10 atividades estão 91% ligações; 81% acessam redes sociais; 80% pesquisam na internet; 66% tiram e gerenciam fotos/vídeos; 64% checam e-mails; 61% assistem a vídeos; 60% acessam o banco; 51% ouvem música; 58% usam navegadores e GPS; e 55% pedem táxi e UBER. Entre os 75+, os principais usos são: 82% ligação; 40% táxi e UBER; 39% ouvem música; 32% acessam redes sociais; 29% tiram e gerenciam fotos/vídeos; 27% pesquisam na internet – inclusive temas envolvendo saúde –; 26% assistem a vídeos; 21% checam e-mails; 20% acessam o banco; 20% usam navegadores e GPS.

Saúde online

Os prateados aproveitam os meios digitais para chegar à maturidade com saúde. O mapeamento revelou que a perda da saúde é uma preocupação e, nessa fase da vida, os maduros intensificam os cuidados com o corpo: exames preventivos, atenção com a alimentação e prática de exercícios físicos. Entre os entrevistados com mais de 55 anos, 83% realizam check-ups preventivos anuais.

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Dados da Central da Catarata – negócio de impacto social que dá acesso à população de baixa renda a cirurgia de correção da opacidade no cristalino – corrobora com a pesquisa Tsunami Prateado. Levantamento da empresa com os usuários detectou que os pacientes acima de 65 anos acessam informações sobre a cirurgia da catarata na versão mobile.   

“A versão mobile predomina em todas as faixas etárias no número de acessos no site da Central, mas não imaginávamos encontrar um número significativo entre os idosos. Os usuários de 50 a 64 anos correspondem a 14% na versão mobile, enquanto 5% acessam pelo desktop”, afirma Guilherme de Almeida Prado, fundador do negócio.

Perda da visão

A dificuldade de enxergar causada pela catarata é considerado um dos primeiros sinais comuns durante o processo de envelhecimento. A doença atinge 13% da população brasileira acima dos 60 anos ou mis de idade, segundo o Ministério da Saúde. Aproximadamente 25 milhões de pessoas, sendo destes, 28,7% foram diagnosticados com catarata. Um contingente de 7.175 milhões de pessoas. A incidência anual da catarata na população madura é de 5%, ou seja, a cada ano, 1.250 milhão de brasileiros precisam realizar o procedimento cirúrgico.

A catarata é a primeira causa da cegueira e apesar da catarata ser reversível, a partir do procedimento cirúrgico, cerca de 40% dos pacientes não estão sendo operados. Em cinco anos, de 2012 a 2017, os procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) cresceram 13%, contra um aumento de 19% do número de maduros.