EDUCAÇÃO

Alunos estudam em escola em péssimas condições no ES

Mais de 200 crianças estudam em salas improvisadas, com situação precária.

Em 15/08/2017 Referência JCC / g1-ES

Mais de 200 crianças estudam em salas improvisadas, com situação precária, na comunidade de Melgaço, em Domingos Martins, na região Serrana do Espírito Santo. A queixa da comunidade ganha contornos ainda mais graves, já que ao lado da Escola Municipal de Ensino Fundamental Melgacinho já existe uma nova estrutura construída.

A nova escola começou a ser levantada ainda em 2014, e ficaria pronta em um ano, mas a empresa responsável pela obra declarou falência, e a estrutura nova segue fechada.

A instituição funciona no mesmo local desde 1968. As salas da única escola da região, que fica a 83 quilômetros de Vitória, têm tacos soltos, paredes descascando e quadro negro quebrado. No total, 234 alunos estão matriculados, mas falta estrutura para atender a todos. Estudante da instituição, Valcione Breno frisa que, como algumas salas não têm piso, o problema foi resolvido apenas com cimento.

A lavradora Vanilda Lahass estudou na escola há décadas, assim como seus filhos. Hoje, o netro de Vanilda é aluno da instituição, e por diversas vezes, chega em casa com queixas do local. "Um dia ele chegou e disse 'vovó, a escola vai cair em cima da gente'", diz.

Aluna do 9º ano, Lara Helen conta que o ensino no local é bom, mas que fica prejudicado por conta da falta de estrutura. "A gente não tem sala de informática. A sala de aula é dividida com duas paredes de madeira, improvisadas". Além disso, não há lugar para as crianças merendarem.

A escola nova seria uma recompensa aos alunos, pelo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2012. O prédio está praticamente pronto, apenas sem o acabamento. Dentro do local, há carteiras, armários e até ar condicionado, tudo ainda embalado. A obra toda custou R$ 1,6 milhão.

Os estudantes deveriam ser presenteados, mas houve um problema no projeto da escola nova. "Projetaram até um elevador, para atender a deficientes físicos, mas o elevador não cabe na estrutura que foi construída", explicou o agricultor Solimar Plaster.

A secretária de Educação do município, Adenilde Stein Silva, confirmou a falha no projeto. "A parte de execução não conseguiu colocar o elevador exatamente como tinha sido planejado. Aí começamos um diálogo da engenharia junto à comunidade, para saber se faríamos uma rampa ou se o elevador seria mantido", disse.

Segundo a secretária, a pasta está tomando providências para que uma nova licitação seja aberta em no máximo três meses, para que outra empresa seja selecionada para concluir a obra. "Esperamos que o ano letivo de 2018 já tenha início no novo prédio", prometeu Adenilde.

(Foto: Reprodução/TV Gazeta)