MOTOR

Apenas 1 em cada 10 carros atendeu a recall no 1º semestre.

Levantamento do Procon-SP mostra números preocupantes.

Em 11/10/2016 Referência JCC

No primeiro semestre deste ano, apenas 12,82% dos veículos chamados para recall no Brasil fizeram os devidos reparos para evitar acidentes, segundo levantamento da Fundação Procon-SP divulgado nesta terça-feira (11).

Entre janeiro e junho, 911.028 veículos foram convocados para recalls, mas apenas 116.830 compareceram às oficinas. De acordo com o Procon-SP, o número é "preocupante".

"Recalls somente são realizados em casos de defeitos que colocam em risco a saúde e a segurança do consumidor", afirmou a entidade.

Entre as falhas contatadas no primeiro semestre estão casos de risco de incêndio, perda de freio e os chamados "airbags mortais", que podem lançar fragmentos metálicos contra os passageiros.

Estes airbags, fabricados pela japonesa Takata, já causaram recalls de milhões de veículos no mundo inteiro e estão relacionados a 15 mortes nos Estados Unidos e na Malásia.

Baixo atendimento é histórico
Conforme os dados históricos do Procon, o brasileiro não dá muita importância a recalls. Entre 2002 e 2015, cerca de 11,3 milhões de carros foram chamados para reparos, mas praticamente a metade (5,57 milhões) não respondeu.

"A baixa procura se deve tanto pelas fracas campanhas realizadas pelas montadoras quanto pela falta de informação dos consumidores em relação ao recall. Nem sempre os proprietários dos veículos associam os recalls a riscos de acidentes", afirmou em nota o Procon-SP.

A entidade também diz que o método de envio de cartas aos clientes é "pouco eficaz", já que muitos não são localizados por terem mudado de endereço ou vendido o carro.

Não existe prazo
Uma vez anunciado o recall, não existe limite de data para fazê-lo. O que pode ocorrer é a montadora determinar uma data de início do atendimento, e não uma para o fim.

Qualquer problema como demora no agendamento, lentidão no reparo e mau atendimento deve ser denunciado no Procon local. Os consertos devem ser totalmente gratuitos.

Fonte: Auto Esporte