SAÚDE

Após caso de meningite, vigilância tranquiliza pais

Aluno foi diagnosticado com a doença na última sexta-feira (31), em Vitória.

Em 03/11/2014 Referência JCC

Depois de confirmado o caso de meningite meningocócica (tipo B) em um aluno do oitavo ano da escola Leonardo da Vinci, em Vitória, a Vigilância Epidemiológica do município esteve na instituição, nesta segunda-feira (3), para instruir os pais e tranquilizar sobre a possibilidade de contágio. De acordo com o diretor do colégio, os colegas de turma do estudante foram orientados a frequentar normalmente as aulas, já que o contágio é mais provável entre pessoas mais próximas, como familiares. O Vitória Apart Hospital, onde o menino está internado, informou que o paciente está em isolamento, acordado, conversando, respira sem a ajuda de aparelhos e responde bem ao tratamento.

O menino de 13 anos foi internado com meningite meningocócica tipo B na última sexta-feira (31). De acordo com a Secretaria de Saúde de Vitória, esse tipo de meningite exige isolamento do paciente. A prefeitura informou que os familiares e moradores do condomínio onde o adolescente reside participaram de uma reunião com representantes da secretaria para orientações e disponibilização de material educativo sobre o assunto

Segundo o diretor da escola, José Antônio Pignaton, o estudante foi à aula normalmente até a última quinta-feira (30) e, na sexta-feira, ele foi internado em estado grave. Assim que soube do caso, a instituição avisou aos outros pais de alunos da mesma turma do adolescente e entrou em contato com a Vigilância Epidemiológica de Vitória. “Ele foi em estado grave, inclusive, para o hospital e nós fomos avisados pelo próprio hospital. Tem muito ex-aluno, muito pai de aluno que trabalha lá e nos avisaram”, contou.

A mãe de um colega de classe do menino, a artista plástica Tânia Calazans falou que os pais ficaram mais tranquilos depois de serem orientados. “Ficamos preocupados, mas nos comunicamos no nosso grupo de mães que temos no whatsapp, compramos remédio e uma passou para a outra. Desde sábado, já está praticamente todo mundo medicado”, disse.

Pignaton ressaltou que todos os alunos foram orientados a frequentar normalmente as aulas. “O risco (de contágio) é baixíssimo dentro da turma. Acontece mais com quem tem contato mais íntimo, mais prolongado, como a família. No momento em que a vigilância epidemiológica disse que os alunos deveriam vir para a aula normal e ficar na aula normal, nos deu mais tranquilidade”, falou o diretor da escola.

Doença
Segundo o médico infectologista e professor da Ufes, Dr. Paulo Mendes Peçanha, a meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e quando é causada por uma bactéria, se manifesta de forma grave. "Existem cinco tipos da meningite meningocógica, que ocorrem com mais frequência. São eles o A, B, C, W e Y", explicou.

Transmissão
A meningite meningocógica é transmitida pelas vias respiratórias. "A pessoa doente também transmite a bactéria. Esse menino tinha o potencial de transmitir para as pessoas mais próximas. Ele também pegou de alguém e não sabe de onde foi. Existem pessoas que possuem o meningocócico, mas não desenvolvem a doença. Cada organismo responde de alguma forma", afirmou o médico.

Contato com o doente
O Dr. Paulo Mendes Peçanha também explicou que quem esteve próximo ao adolescente deve ser medicado com antibióticos fornecidos pelo Ministério da Saúde. "Existe um protocolo a ser seguido. Esse remédio é dado a essas pessoas que tiveram contato próximo a ele. Na sala de aula, em casa, essas pessoas convivem com ele. Os cuidados são a orientação e a profilaxia. Tem a informação que familiares e colegas de sala já foram medicados", disse.

Vacina
Não há vacina disponível para o tipo B da meningite meningocógica no Brasil. "O B está chegando agora. Há uma expectativa que chegue ao Brasil. Vitória ainda não dispõe. A gente já participou de eventos que apresentam a vacina, mas ainda não está disponível para nós", pontuou.

Atualmente, os outros quatro tipos da doença possuem prevenção. Na rede pública, está disponível a vacinação para o tipo C, para crianças de até dois anos de idade. Já nas clínicas privadas, existe a vacina contra os tipos A, C, W e Y. Essa vacina está disponível a pessoas acima de dois anos, com proteção mais ampla.

Fonte: G1-Espírito Santo