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Após chuva, recurso prometido não é enviado a Itaguaçu, ES

Segundo prefeito, governo federal prometeu obras de reconstrução.

Em 18/11/2014 Referência JCC

Quase um ano após as fortes chuvas que atingiram Itaguaçu, no Noroeste do Espírito Santo, em dezembro de 2013, as obras de reconstrução do município ainda não começaram. De acordo com o prefeito Darly Dettmann, foram feitos todos os procedimentos necessários, mas o município não recebeu o recurso prometido pelo governo federal para realizar a reconstrução. O Ministério da Integração Nacional enviou um ofício pedindo à prefeitura a licitação das obras mesmo sem o dinheiro em caixa para, então, avaliar a liberação dos recursos.

De acordo com o prefeito de Itaguaçu, Darly Dettmann, os valores do plano de trabalho foram reduzidos, mas nada foi enviado pelo governo federal. “No nosso primeiro plano de trabalho, tínhamos um valor de R$ 11 milhões arredondados, incluindo obras de prevenção e correção daquilo que foi destruído. Em seguida, eles excluíram as obras de prevenção, como muros de arrimo, de contensão em áreas de risco, e  reduziu o valor para R$ 5,5 milhões”, disse.

Mesmo sem os recursos do governo federal, o prefeito contou que obras foram iniciadas com dinheiro do município. “Nós fomos tocando o que podíamos, recuperando os prédios públicos, escolas creches, bueiros, pontes de madeira. Enfim, tudo o que podíamos ter feito foi feito com os nossos recursos”, falou Dettmann.

Segundo o prefeito, o Ministério da Integração Nacional enviou um ofício à prefeitura pedindo a licitação sem dinheiro em caixa. “Falaram para que mandássemos aquela empresa que fizesse a melhor oferta para execução das obras, enviássemos esses valores ao ministério e, aí sim, eles iriam avaliar a liberação dos recursos”, contou.

Famílias
O bairro Coabe foi o mais atingido pela enchente, onde três pessoas morreram soterradas em dezembro de 2013. O rio Santa Joana subiu três metros e, praticamente, todas as famílias tiveram que sair de casa.

Com a ajuda do cartão reconstrução do governo federal, Osmarina Alves Brito recomeçou a vida, depois de perder tudo. Os móveis são novos, mas as marcas da água na parede são as lembranças dos momentos difíceis vividos no passado e motivo de apreensão. “Está todo mundo apreensivo. Quando fala dezembro, já começam a vir os comentários e eu já penso que, se vier água, eu tiro minhas coisas”, falou.

Trinta e sete famílias ainda recebem o aluguel social em Itaguaçu. Em um terreno vazio, a prefeitura pretende construir 40 casas populares, obra que deve custar mais de R$ 2 milhões, que também virão do governo federal.

Depois de ter a casa destruída pela chuva, João Luiz Mattedi preferiu não esperar pela ajuda do governo. “Foi difícil, porque eu comecei a cavar os buracos sem dinheiro, sem nada, só com a minha família. E, graças a Deus, consegui tudo o que foi preciso para construir minha casa, com a força de Deus e a força dos meus amigos”, contou o comerciante.

Fonte: G1-Espírito Santo