Após oscilação, Brasil e Alemanha iniciam mata-mata com favoritismo.

O roteiro que começou a ser escrito com ares dramáticos mudou de tom na última rodada da fase de grupos. Brasil e Alemanha iniciaram a trajetória na Olimpíada do Rio de Janeiro com dois empates, mas golearam Dinamarca e Fiji, respectivamente. A volta por cima devolve à seleção brasileira o status de favoritismo diante da Colômbia, adversária das quartas de final, na Arena Corinthians. Os alemães, após 10 a 0 no Mineirão diante dos fijianos, chegam para o jogo contra Portugal com moral. 

A Nigéria, de Obi Mikel, continua na briga por uma medalha no Brasil. E se engana quem pensa que o papel é de coadjuvante na competição. Líder do Grupo B, com seis pontos - duas vitórias e uma derrota - os africanos têm desafio marcado contra a Dinamarca, na Arena Fonte Nova, em Salvador. 

Quem também segue firme é Honduras. Após mandar a Argentina para casa mais cedo, a seleção vai com tudo para cima da Coréia do Sul, que terminou a primeira fase na primeira posição do Grupo D. 

Não tem Zuñiga, mas tem Neymar. O craque do Barcelona passou os últimos dois dias mais na sala de fisioterapia do que com a bola no pé, mas é a principal atração de mais um confronto decisivo e caliente entre Brasil e Colômbia. Às 22h, na Arena Corinthians, as equipes se enfrentam para manter vivo o sonho da medalha de ouro.

O time de Rogério Micale deve ter a permanência de Walace e da equipe ofensiva de toda a competição. Os colombianos de Carlos Restrepo pretendem explorar o jogo ofensivo e, para o treinador colombiano, de certa forma arriscado do Brasil.

- Qualquer equipe que se lança muito ao ataque sofre riscos. Nossa ideia é incomodar o Brasil, atacar com a bola, ser agressivo - afirmou Restrepo, que confia em Téo Gutierrez, atacante titular da seleção principal, de 31 anos. 

Micale não anunciou a escalação, mas avisou: não abre mão do seu estilo de jogo, do "conceito" - palavra que ele adora usar - de futebol ofensivo que nutre na base brasileira.

- Vamos manter nossa forma de jogar, temos encaixe dentro das características de nossos jogadores. Mudar conceitos agora, sem tempo para trabalhar, é complicado. Nossa forma de atuar, nosso conceito de jogo, não muda - afirmou.

Portugal e Alemanha fazem um aguardado duelo de quartas de final neste sábado, às 13h, no Mané Garrincha. De um lado, os portugueses esperam que o apoio da torcida, algo que tem sido constante por onde os lusos passam, possa se repetir diante dos germânicos. Quem passar neste confronto, enfrenta o vencedor do duelo entre Dinamarca e Nigéria.

- Nos sentimos completamente em casa. Sinto que a seleção de Portugal tem jogado em casa e sentimos que o time tem jogado em casa. Esperamos que isso aconteça também contra a Alemanha. Sentimos esse carinho também fora de campo, por todos os lugares por onde passamos - ponderou o técnico de Portugal, Rui Jorge.

Do outro lado, a Alemanha precisará lidar com a baixa do capitão do time, Leon Goretzka, que retornou a seu país natal para se recuperar de uma lesão. O jogador sequer viajou para Brasília, onde os alemães enfrentam os portugueses. A lesão no ombro fora sofrida ainda no primeiro jogo da Alemanha, diante do México. Para o técnico Horst Hrubesch, a baixa do meia do Schalke 04 não deve ser um grande empecilho para as quartas de final.

- Leon Goretzka voltou para casa quando vínhamos de Belo Horizonte para Brasília. Nos últimos jogos, jogamos sem ele e não tivemos muitos problemas por conta disso. Já expliquei aos meus jogadores que a torcida vai estar contra eles e eles já estão cientes disso. Eu, pessoalmente, gosto do barulho, e ter a torcida contra pode ser muito motivante. Estamos ansiosos pela partida - explicou o treinador.

A Dinamarca não pode se queixar da logística para a partida deste sábado. Após ser goleada pelo Brasil no meio de semana, a seleção europeia permaneceu em Salvador para encarar o duelo das quartas de final novamente na Arena Fonte Nova. A Nigéria, por sua vez, precisou viajar de São Paulo até a capital baiana.  

Com um triunfo e um empate, a seleção dinamarquesa se classificou para as quartas de final na segunda colocação do Grupo A, que foi liderado pelo Brasil. Os nigerianos encerraram a fase preliminar na liderança do Grupo B, com dois triunfos.

A partida deste sábado, marcada para 16h (horário de Brasília), encerra a participação de Salvador na Olimpíada. Até o momento, nove jogos da Rio 2016 foram disputadas na Arena Fonte Nova. E o público baiano aqueceu a garganta em quase duas semanas de muito futebol internacional. Foram 40 gols marcados no estádio, média de aproximadamente quatro tentos por duelo.

O jogo no Mineirão reúne dois candidatos a azarões desta olimpíadas e o adversário do Brasil na semifinal, caso a seleção brasileira passe para a semifinal. Honduras e Coreia do Sul só conseguiram a vaga na última rodada e passaram por grupos complicados na primeira fase.

Os coreanos empataram com a Alemanha, golearam Fiji e se classificaram em primeiro após vencer o México, atual campeão olímpico. Já os hondurenhos passaram por um grupo com Argélia, Portugal e Argentina, sendo que os hermanos foram os adversários do último jogo, no empate por 1 a 1 em Brasília, que classificou a seleção da Concacaf. As duas equipes mostraram ser times que jogam com muita velocidade, principalmente na saída da defesa para o ataque. O contragolpe é uma preocupação do técnico coreano, pois foi onde Honduras decidiu a partida contra a Argentina. Os treinadores não revelaram as escalações e podem fazer mudanças em relação aos times da última partida da primeira fase.

Em junho, por um torneio amistoso disputado na Coreia, as duas seleções empataram por 2 a 2. A partida foi preparatória para a Olimpíada Rio 2016. Os hondurenhos saíram na frente e abriram 2 a 0, mas viram os coreanos empatarem no final da partida.

Globo Esporte