CULTURA

Arte é Nossa: 1,5 mil m² de intervenções artísticas pelos muros de Vitoria/ES

Prédios históricos, mar e música, carnaval, esportes, manguezal, além da fauna e flora.

Em 17/06/2015 Referência JCC

Prédios históricos, mar e música, carnaval, esportes, manguezal, além da fauna e flora. Tudo isso pode ser encontrado nos quatro cantos da capital, mas também pode ser visto através do olhar artístico nos 1,5 mil m² de muros que o projeto "A Arte é Nossa" já coloriu pela cidade.

As ações acontecem desde 2013, através de parcerias com artistas locais ligados ao grafite, à arte relevo e a outras técnicas, e pretendem aproximar o cidadão do campo das artes, transformando as ruas de Vitória em uma grande galeria urbana.

"Trabalhamos para devolver os espaços públicos de Vitória aos seus moradores e para reforçar a vocação da cultura como elemento de transformação das cidades. O projeto 'A Arte é Nossa' realiza intervenções artístico-urbanas em muros da capital, em suportes diversos, com o objetivo de humanizar os espaços públicos, democratizar a produção artística, valorizar a arte urbana e deixar a cidade mais viva", disse a secretária municipal de Cultura, Ana Laura Nahas.

"O projeto tem como propostas valorizar o artista e a produção artística local, minimizar a frieza da cidade provocada pela urbanização e transformar a capital em uma grande galeria, aproximando ainda mais a arte da população", explicou a coordenadora do projeto, Fernanda Bellumat.

O "A Arte é Nossa" é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura (Semc) que tem como objetivo humanizar os espaços públicos por meio de intervenções artístico-urbanas e, assim, democratizar a produção artística local para além dos espaços tradicionais de exposição.

As ações

Em pouco mais de dois anos, o projeto já realizou nove intervenções artístico-urbanas em equipamentos e espaços públicos de Vitória. Vejam quais são e onde você pode visitar os trabalhos:

  • Cardume de Cordas/ Muro da Fames – Ficore Kabelera (abril/ 2015): grafite que faz referência à baía de Vitória e aos instrumentos musicais, como o violão e o violoncelo, e tem como objetivo retratar a relação da música, em diálogo com o espaço físico em que o trabalho se encontra, e a geografia do local.
  • Casa do Ler e Saber – Renato Pontello (dezembro/ 2014): grafite realizado no Parque Barreiros, na Grande Maruípe, que fala sobre a relação das crianças com a literatura.
  • Muro do estacionamento do Ministério da Fazenda (Centro) - Antonio Natural e Dione Salvador (julho/ 2014): grafite e arte mural que cria um trajeto fictício para os tradicionais bondes, veículos usados como meio de transporte na primeira metade do século passado, entre edificações históricas da capital, como o Theatro Carlos Gomes e o Palácio Anchieta.
  • Muro da Fábrica de Ideias (Jucutuquara) – Emílio Aceti e Centro Grafitacional (julho/ 2014): grafite baseado na proposta do espaço, que é difundir e valorizar a economia criativa.
  • Muro da Casa da Juventude (São Pedro) – Ficore Kabelera (fevereiro/ 2014): desenho livre inspirado na fotografia e no olhar de cada cidadão sobre a cidade.
  • Parque da Fonte Grande (São Pedro) – Antonio Natural e Dione Salvador (fevereiro/ 2014): trabalho em arte relevo inspirado na fauna e na flora do Parque da Fonte Grande.
  • Tapume do Hidroavião (Santo Antônio) – Dione Salvador (fevereiro/ 2014): trabalho inspirado nas figuras tradicionais do samba e em seus foliões. Localizado próximo ao Sambão do Povo.
  • Tapume na praia de Camburi – Dione Salvador (dezembro/ 2013): localizado no calçadão da praia de Camburi, o desenho foi inspirado em práticas esportivas para dialogar com os cidadãos que usam o espaço para se exercitar.
  • Fafi (Centro) – Dione Salvador (novembro/ 2013): ação feita em comemoração ao dia da cultura e tendo como referência a música, o teatro e a dança.
  • Escadaria de São Benedito – Dione Salvador – (agosto/ 2013): desenho livre inspirado no mangue, que é tão presente na paisagem natural da cidade de Vitória.

Os artistas

Antonio Natural
Artista autodidata, Antonio Natural descobriu as técnicas de relevo em cimento no ano de 2004. Desde então, passou a desenvolver a arte em diferentes tipos de superfícies, como muros, fachadas, telhas, postes, entre outras técnicas.

Emílio Aceti
Graduado em Artes Plásticas e mestre em Ciências da Arte, Emílio Aceti atua como professor titular em faculdades e escolas de Vitória. Sua experiência e atuação na área das artes são voltadas, principalmente, para os segmentos do grafite, pintura, desenho, fabricação e utilização de materiais artísticos, além da comunicação visual e design gráfico.

Ficore Kabelera
Começou sua trajetória em 1997 e, após anos de atuação com o grafite, tornou-se referência em intervenções artístico-urbanas no município de Vitória. Entre diversos trabalhos, o painel na cidade de Spinoso, Itália, tombado pelo Patrimônio Histórico-Cultural, trouxe reconhecimento internacional ao artista, que também foi selecionado para 3ª Bienal Internacional Graffiti Fine Art, que aconteceu em 2015, em São Paulo.

Francione Salvador
Artista autodidata, Francione Salvador começou sua trajetória aos 16 anos. Trabalha com pintura de telas, murais, grafite, mosaico e cerâmica. Participou das exposições Mostra Underground de Vitória (2006), Vitória, Mostra Identidade Capixaba (2011), Vitória, Encontro das Nações (2012), em Florianópolis, além de participar como oficineiro do projeto Papo Reto da Organização das Nações Unidas (ONU).

Renato Pontello
Arquiteto urbanista com formação em ilustração pelo IED – SP. Em 2008, começou a pintar nas ruas. Ficou em 1º lugar no concurso promovido pela revista Zupi e IED. Em 2011, participou da turnê europeia do Festival Espírito Mundo, realizando oficinas e exposições no Custard Factory, em Birmingham.

Fonte:PMV