ESPORTE NACIONAL

Assis avalia e defende Ronaldinho: "Nunca vi alguém ser tão cobrado"

Agente do camisa 10 diz que o irmão se sacrificou "mesmo não estando em forma".

Em 12/09/2015 Referência JCC

A atual situação de Ronaldinho Gaúcho é um dos temas mais frequentes quando se trata de Fluminense. A ausência do camisa 10 nas últimas três partidas - também já confirmada neste domingo, contra o Sport - suscitou dúvidas sobre o real estado do meia. No clube, a ideia é não mais deixá-lo atuar sem estar 100% fisicamente. Desde que foi contratado, no dia 11 de julho, há três meses, disputou seis partidas - cinco pelo Campeonato Brasileiro e uma pela Copa do Brasil - e foi poupado em cinco.

Sem gols ou assistências, o rendimento em campo deixa a desejar. É unanimidade tal opinião, incluindo a do próprio jogador, que admitiu poder fazer mais para ajudar o Fluminense. O técnico Enderson Moreira credita a fase ruim à falta de uma pré-temporada adequada ao craque. Irmão e agente de Ronaldinho, Roberto Assis disse que a cobrança sobre o camisa 10 é maior do que sobre qualquer atleta que ele já tenha visto. O empresário lembrou que R10 "se sacrificou" em suas primeiras partidas pelo Tricolor, quando ainda não estava em forma.

- A cobrança no Ronaldo é sempre maior do que em qualquer outro atleta. Nunca vi alguém ser cobrado tanto quanto ele. Ninguém faz a avaliação de A a Z. Ele foi como dava para ir. Ninguém fala isso. Ele está dando o melhor que pode. Chega a ser desumano, tem 35 anos, e a cobrança é de quando ele tinha 20. Tudo tem o seu tempo. Minha avaliação é simples: o Ronaldo chegou em momento no qual o clube que tinha muitos jogadores machucados. Ele se sacrificou mesmo não estando nada em forma. Eram mais de 60 dias parados. Ele fez três treinamentos e foi ao jogo. Em um plano normal, não aconteceria a nenhum atleta. Ele ajudou a equipe, em um contingente curto - opinou Assis.

O dia do clássico entre Flamengo e Fluminense foi o que as cobranças mais apareceram. A expectativa era que Ronaldinho jogasse contra seu ex-clube, mas uma dor de garganta o tirou da relação pouco antes do confronto. Já era sabido internamente que ele seria reserva. Apesar de ter ido com a delegação para o estádio, não ficou até o fim da partida junto com os companheiros. Perguntado sobre os boatos de que o camisa 10 ficou insatisfeito sobre a possibilidade de ser banco, Assis foi enfático:

- A virose foi antes do Fla-Flu. Ele concentrou mesmo com a garganta inflamada. Eu cago e ando para o que falam. Não vou nem argumentar. Isso não procede. O Mário já falou sobre, é a versão oficial do clube. E a verdadeira. Não entro nisso. Esse papo é furado - explicou.

Assis disse que, depois da virose, Ronaldinho vem se empenhando bastante nos treinamentos. O agente não arrisca um tempo exato para a evolução do meia, mas afirma que seu irmão ainda ajudará o Fluminense neste Brasileiro e no ano que vem.

- É o começo. O contrato é de um ano e meio. Ele tem treinado duro depois da virose, dor e febre. Dá uma quebrada. No Brasil, é muito imediatismo. Tem de fazer avaliação a longo prazo. Nosso contrato é longo. O Ronaldo vai ajudar no Brasileiro, em um grupo jovem, com qualidade. Tem o ano que vem ainda. As pessoas esquecem. É muito difícil falar em um tempo para a evolução. Com o tempo, jogo a jogo, entrando, sendo titular, jogando 30, 40 ou 60 minutos, se recupera a forma. Faz parte. O importante é todos mundo se ajudar. É um momento difícil do clube, que precisa de todos.

O contrato de Ronaldinho com o Fluminense vai até o fim de 2016. O meia segue treinando no Rio de Janeiro junto aos outros jogadores que não viajaram a Recife para enfrentar o Sport, domingo, às 18h30 (de Brasília), na Arena Pernambuco. Com ele, está Cícero, que também foi deixado para aprimorar a forma física. O meio de campo por enquanto é dos jovens: Douglas, Gerson, Gustavo Scarpa, Marcos Junior...

Fonte: GE