SAÚDE

Atividades físicas retardam o envelhecimento muscular

Evidências sugerem que o esporte pode prevenir ou reverter mudanças.

Em 08/01/2019 Referência JCC - Adriano Leonardi

iStock Getty Images

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Já se sabe há certo tempo que nosso envelhecimento muscular começa aos 30 anos e se intensifica após os 60 anos. Até algumas décadas atrás, acreditava-se que uma programação genética determinaria a velocidade em que cada pessoa envelheceria. Mas, isso tem mudado e muito. Sendo responsável por 30% a 40% de nossa massa total, o músculo não é apenas importante para a locomoção, mas também para a regulação de glicose, lipídios e aminoácidos em nosso corpo.

O termo médico “sarcopenia” refere-se à perda da massa muscular ligada ao envelhecimento muscular e tem vários fatores subjacentes como a diminuição do número de células-tronco musculares, disfunção das mitocôndrias das células musculares, declínio na qualidade e renovação de proteínas e desregulação hormonal.

Sem dúvidas, a sarcopenia pode dificultar a realização de atividades diárias, como subir escadas ou levantar-se de uma cadeira. Assim, os idosos podem entrar num ciclo vicioso que acabará por levar a um aumento do risco de quedas, perda de independência e até morte prematura. A boa notícia é que estudos recentes tem mostrado que o exercício pode não só frear, mas também reverter esse processo de perda e fraqueza muscular.

Mitocôndrias e o envelhecimento

As mitocôndrias tem sido muito estudadas. Estas são estruturas complexas presentes dentro de nossas células, cuja função é produzir a maior parte da energia das células utilizando o oxigênio neste processo. É o que chamamos de metabolismo aeróbico em fisiologia do esporte.

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Para trabalhar eficientemente, o músculo precisa de um número suficiente de mitocôndrias totalmente funcionais. Pesquisas sugerem que anormalidades na morfologia mitocondrial, número e função estão intimamente relacionadas com a perda de massa muscular observada em idosos.

Controle de qualidade de proteína

Mesmo que idosos comam muita proteína, muitas vezes não conseguem manter a massa muscular, provavelmente porque seus corpos não podem transformar proteínas em músculo rápido o suficiente para acompanhar a taxa natural de degradação do tecido por uma redução geneticamente determinada da taxa de reciclagem proteica.

Além disso, o próprio músculo é também considerado um órgão endócrino. Proteínas produzidas pelo músculo quando ele contrai chamadas de miocinas teriam ação de protegê-lo de sua degradação e podem ter efeitos em órgãos distantes, como o cérebro, prevenindo a perda de memória e a demência senil.

Exercício no combate ao envelhecimento muscular

Embora as causas da perda muscular sejam numerosas e complexas, existem evidências que sugerem que o esporte possa prevenir ou reverter muitas dessas mudanças relacionadas à idade, enquanto a inatividade acelera o envelhecimento muscular.

No início de 2018, pesquisadores da Universidade de Birmingham estudaram os músculos de 125 ciclistas amadores do sexo masculino e feminino e mostraram que uma vida de exercício regular pode retardar o envelhecimento muscular, pois não houve perdas massa muscular ou força muscular entre aqueles que eram mais velhos e se exercitavam regularmente. Mais surpreendentemente, o sistema imunológico também não envelheceu!

Outro estudo realizado pelos mesmos pesquisadores concluiu número de células-tronco satélites (células presentes dentro do musculo com capacidade de se tornarem novas fibras musculares) pode ser aumentado pelo exercício, e que os idosos ativos teriam mais dessas células do que os indivíduos jovens mais sedentários. Esta é a razão pela qual a prescrição de exercícios antes da cirurgia ortopédica de quadril e joelho pode acelerar a recuperação pós-operatória dos idosos.

 

Também no ano passado, um estudo conduzido pela Mayo Clinic, em Rochester, Minnesota mostrou que o treinamento intervalado aeróbico de alta intensidade (HIIT) reverteu muitas diferenças relacionadas à idade na composição muscular, incluindo a restauração dos níveis de proteína dentro das mitocôndrias.

Finalmente, um estudo publicado pela Vrije Universiteit Bruxelas, mostrou que níveis circulantes aumentados de marcadores de inflamação correlacionavam-se com a fadiga muscular em pacientes geriátricos, e o treinamento de resistência as fez diminuir consideravelmente.

Por esses mecanismos e outros que ainda temos que a serem elucidados, o exercício físico regular adequado para idade, sexo, biótipo, acompanhando por um médico do esporte pode retardar nosso processo de envelhecimento e melhorar a força geral nos idosos. Portanto, nunca é tarde demais para se exercitar para tentar combater as consequências do envelhecimento muscular.