POLÍTICA INTERNACIONAL

Barack Obama visita a Etiópia nesta segunda-feira (27) e discute segurança.

País sofre ameaça do grupo militante islâmico Al Shabaab.

Em 27/07/2015 Referência JCC

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, encontrou o primeiro-ministro da Etiópia nesta segunda-feira (27) na primeira visita de um presidente norte-americano ao país, que tem uma das principais economias emergentes da África, mas que é criticado por não garantir os direitos humanos.

As conversas com o premiê Hailemariam Desalegn devem ter como foco a segurança e a ameaça do grupo militante islâmico Al Shabaab na Somália, como informou a Reuters. Obama, que chegou no domingo (26) do Quênia, também quer impulsionar os laços comerciais com a África.

O partido governante na Etiópia, no poder por um quarto de século, transformou o cenário da economia atingida pela fome, mas, segundo opositores, às custas de liberdades políticas. A oposição falhou em assegurar uma cadeira nas eleições parlamentares de maio.

No Quênia, terra natal de seu pai, Obama pediu aos quenianos para aumentarem a democracia, atacarem a corrupção e terminarem as políticas de exclusão baseadas em gêneros ou etnias. Ele também prometeu maior assistência de segurança para o país.

"Estamos bastante comprometidos na parceria com os países africanos para aumentar suas capacidades de enfrentar ameaças imediatas impostas por organizações terroristas", informou a Casa Branca em nota nesta segunda-feira.

Obama se encontrará com líderes regionais para discutir sobre o conflito no Sudão do Sul nesta segunda-feira. Facções rivais ignoraram a pressão para terminar a luta e a conversa pode considerar possíveis sanções caso um prazo em meados de agosto não seja alcançado.


Cúpula sobre Sudão do Sul
Na segunda-feira, Obama celebrará uma mini cúpula sobre o Sudão do Sul, devastado por 19 meses de um conflito civil que deixou dezenas de milhares de mortos, como informou a agência France Presse.

Participarão os líderes de Etiópia, Quênia e Uganda, assim como o ministro sudanês das Relações Exteriores, Ibrahim Ghandur.

Obama tentará conseguir o apoio do continente para tomar ações duras se os dois beligerantes sul-sudaneses não respeitarem um ultimato para assinar a paz no país mais jovem do mundo até 17 de agosto.

Na terça-feira, Obama fará um discurso na sede da União Africana, onde poderá se dirigir a todo o continente e seguir com os compromissos assumidos na cúpula EUA-África de agosto de 2014.

Num momento em que a África é palco de várias crises de Burundi a Sudão do Sul, passando pela República Centro-Africana, os atores da sociedade civil esperam que Obama pressione a UA a se envolver mais no respeito à democracia.

Com exceção de alguns retratos e bandeiras dos Estados Unidos na estrada que leva ao aeroporto, a capital etíope não mostrava sinais da "Obamania" que se apoderou do Quênia durante sua visita.

A visita de Obama ao Quênia, país onde seu pai nasceu, se centrou em temas econômicos e de segurança, assim como nos direitos humanos.

Fonte: G1