MOTOR

Biz 2018 mantém motores, mas tem visual renovado

Há 20 anos no mercado, modelo tenta 'virar scooter' para aproveitar alta do segmento.

Em 21/12/2017 Referência JCC / Rafael Miotto, G1

Completando 20 anos no mercado, a Biz continua uma das motos mais vendidas do Brasil. Para o modelo 2018, a Honda fez mudanças importantes na moto, apesar de manter os mesmos conhecidos motores 110 e 125 na linha.

Além do visual renovado, a motocicleta passa a contar, de série, com o sistema de freios combinados, que prometem uma frenagem mais segura. Em 2019, todas as motos novas vendidas no Brasil terão que possuir CBS ou ABS de série, dependendo da cilindrada.

Veja preços da Biz 2018:

Biz 110 - R$ 7.590

  • freios CBS (a tambor);
  • tomada 12V;
  • painel analógico

Biz 125 - R$ 9.390

  • freios CBS (disco na dianteira e tambor na traseira);
  • tomada 12V;
  • painel digital;
  • motor flex

Além de receber o CBS, a moto aumentou o tamanho do compartimento embaixo do banco, ganhou tomada de 12V e painel digital – este somente para a versão 125.

Com essas mudanças, a “Bizinha” está mais parecendo um scooter do que nunca.

Apesar de muita gente confundir, a Biz não é um scooter e sim uma CUB. É verdade que ambos segmentos são parecidos, mas existem grandes diferenças estruturais e mecânicas.

Uma das principais características da Biz e suas semelhantes está nas rodas, que geralmente são maiores nas CUB. A Biz, por exemplo, tem rodas de 17 polegadas na dianteira e 14 polegadas na traseira. O Honda PCX, que é scooter mais vendido do Brasil, conta com rodas de 14 polegadas em ambos os eixos.

Isso faz com que a Biz tenha muito sucesso principalmente pelo interior do Brasil, onde ela também pode ser usada em locais de pavimento ruim ou mesmo na terra, porém, trazendo a praticidade de levar objetos embaixo do banco, como um scooter.

Mas um ponto que as CUB ficam devendo em relação aos scooters é na proteção para os pés. A falta de um plataforma para apoior e deixar os pés atrás do escudo dianteiro, como nos scooters, deixa o usuário mais propenso a se sujar.

Sem concorrentes

Essa versatilidade da Biz faz com que ela não tenha concorrentes diretos atualmente. A antiga Crypton era a representante da Yamaha entre as CUB, mas acabou saindo de linha. A ideia da rival da Honda foi usar um scooter, o Neo, para brigar com a Biz.

Vendido por R$ 7.990, o Neo também possui sistema de freios combinados, chamado de unificado pela Yamaha, e apresenta um visual moderno. Seu câmbio é automático do tipo CVT, mas tem características mais urbanas que a Biz.

 Concorrente Honda Biz 2018 (Foto: G1/Divulgação)

Biz ‘scooterizada’

O objetivo da Honda com as mudanças foi deixar a Biz com mais atrativos para centros urbanos, onde os scooters estão em expansão.

Enquanto as vendas de motos apresentam queda há alguns anos, o nicho de scooters é o único que está crescendo.

A tomada de 12V é um item importante e presente na maioria dos scooters. Na Biz, ela está localizada embaixo do assento e pode servir para carregar smartphone e até mesmo um laptop.

O próprio espaço para bagagens também aumentou, está 10 centímetros mais largo, e dá para levar um capacete grande sem problemas. O ganchinho embaixo do painel também mudou e agora segura com mais firmeza os objetos.

Para completar, painel e visual ficaram muito no estilo scooter. O visor LCD é totalmente digital e, como foi dito, está apenas na versão 125. Ele ficou bem moderno e fácil de visualizar, trazendo o indicador ECO, que sinaliza quando se está conduzindo de maneira econômica. O que ficou fazendo falta foi um indicador de marcha.

Não parece, mas visual mudou

Ao olhar fotos da nova Biz fica um pouco difícil de notar as novidades, mas, acredite, elas estão em praticamente todos os detalhes. Apesar de manter a identidade, a moto teve mudança nos desenhos das carenagens, nos faróis e na lanterna. Colocando o antigo modelo e o novo lado a lado, fica mais fácil perceber as diferenças.

Na dianteira, existem novos recortes que dão a impressão de um raio, enquanto, na traseira, parte que mais mudou, a lanterna foi totalmente redesenhada, e ficou parecida com a do PCX. O catálogo de cores também ajudou a modernizar o modelo.

A Biz 110 só tem as cores vermelho e branco sólidas, mas a 125 tem branco, preto, vermelho e laranja, sempre perolizadas.

CBS é avanço

O sistema de freios combinados ou CBS (Combined Brake System), como é chamado pela Honda, é uma alternativa mais barata em relação ao ABS, do qual difere totalmente. Enquanto o ABS é um sistema eletrônico que evita as rodas de travarem, o CBS consiste em repartir a força de frenagem entre os eixos.

De acordo com a Honda, ao pressionar o pedal de freio traseiro 30% do freio dianteiro é acionado. Em uma demonstração feita em pista de testes, a Biz com CBS parou metros antes do modelo anterior que não tinha o sistema.

Em outro teste, utilizando só o freio traseiro, a Biz com CBS teve uma frenagem mais rápida e estável. Nas ruas, o correto é sempre utilizar os dois freios, mas,como muitos motociclistas teimam em utilizar só o traseiro, o CBS é uma maneira de melhorar automaticamente a frenagem.

A montadora afirma que em uma frenagem a 60 km/h, apenas com o freio traseiro, a Biz CBS consegue parar 5 metros antes que o modelo sem o sistema. Testes feitos pelo Instituto Mauá, a pedido da Honda, mostram que a Biz 110 2018 leva 30,6 metros até parar, enquanto a Biz 110 2017 fez o mesmo em 35,6 metros.

Para a 125 com CBS, a vantagem é ainda maior, parando 6,7 metros antes. Enquanto a Biz 125 2017 leva 36,1 metros para desacelerar de 60 km/h para 0 km/h, a Biz 125 CBS precisa de 29,4 metros.

Pesa no bolso

A evolução foi muito bem-vinda para a Biz e o sistema de frenagem é importante para ajudar a salvar vidas. No entanto, o modelo acabou ficando caro, principalmente para a versão de motor 125.

Como a diferença de perfomance é praticamente a mesma entre o 110 (8,33 cavalos) e o 125 (9,2 cavalos), a versão de menor cilindrada acaba tendo um melhor custo/benefício.

Em relação ao Neo, o fator preço também pode ser um problema para a Biz, já que o modelo Yamaha tem um preço competitivo (R$ 7.990). O scooter da Yamaha também possui o sistema de freios combinados, chamado de UBS pela rival da Honda, e seu visual é bem moderno.

Somado isso aos outro detalhes já mencionados sobre scooters, como a maior praticidade do câmbio automático e a proteção para os pés, torma o Neo ainda uma opção mais atraente a quem quer entrar nesse mundo dos scooters.

A vantagem da Biz continua sendo a sua versatilidade e maior robustez, que deixa o modelo mais adequado a locais de piso ruim.

(Foto: Honda/Divulgação)