ECONOMIA INTERNACIONAL

Bolsa de Tóquio fecha em baixa, após manutenção de política monetária.

O BoJ, porém, fez alguns ajustes à política de juros negativa, anunciada no fim de janeiro.

Em 15/03/2016 Referência JCC

A Bolsa de Tóquio fechou em baixa nesta terça-feira (15), interrompendo uma sequência de três pregões em alta, após decisão do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) de manter sua política monetária inalterada.

O Nikkei, que reúne as ações mais negociadas na capital japonesa, caiu 0,68%, a 17.117,07 pontos, após registrar valorização de 1,74% na sessão anterior.

As ações no mercado japonês ficaram relativamente estáveis na parte da manhã, mas acabaram recuando em reação ao BoJ, que manteve sua taxa de depósitos em -0,1% e o volume anual do programa de compras de ativos em 80 trilhões de ienes (US$ 705 bilhões).

O BoJ, porém, fez alguns ajustes à política de juros negativa, anunciada no fim de janeiro, gerando dúvidas sobre sua eficácia em ajudar a impulsionar a atividade econômica e expectativas de inflação.

O BC japonês decidiu isentar da taxa negativa depósitos individuais para operações com ações e diminuir o encargo de bancos comerciais, caso tomem mais crédito dos programas especiais de empréstimos do BoJ.

"Eles estão removendo os efeitos prejudiciais, um por um", comentou o estrategista sênior da Daiwa Securities, Eiji Kinouchi. "No Japão, como há um grau maior de homogeneidade no sistema bancário, há também mais espaço para a criatividade."

Embora o BoJ tenha afirmado que pretende continuar avaliando os efeitos da taxa negativa na economia, Kinouchi espera que o BC japonês volte a reduzi-la na reunião de abril, a -0,2%, e acredita que a instituição poderá também ampliar as compras de ativos.

As ações de bancos japoneses têm acumulado perdas desde a introdução da taxa negativa. O Mitsubishi UFJ Financial Group, por exemplo, caiu 1,5% hoje, com a desvalorização desde o fim de janeiro chegando a 9,1%. Já o Hiroshima Bank, que é um banco regional, fechou estável nesta terça, mas tem queda acumulada de 24%.

O BoJ também fez uma avaliação menos favorável da economia japonesa, o que foi interpretado por alguns como um sinal de que a instituição poderá voltar a agir na próxima reunião.

"Essa pode ter sido uma atitude estratégica antes da reunião de abril", comentou Yusuke Sakai, trader sênior da T&D Asset Management.

Fonte: Dow Jones Newswires.