ECONOMIA INTERNACIONAL

Bolsa de Tóquio recua com preocupações sobre lucros corporativos e Fed.

A Bolsa de Tóquio fechou em baixa nesta segunda-feira (18)

Em 18/01/2016 Referência JCC

A Bolsa de Tóquio fechou em baixa nesta segunda-feira, em meio a preocupações com os lucros das empresas japonesas - diante do fortalecimento recente do iene ante o dólar -, incertezas sobre a perspectiva da política monetária dos EUA e a volatilidade nos mercados chineses.

O Nikkei, índice que reúne as ações mais negociadas na capital do Japão, caiu 1,12%, a 16.955,57 pontos, encerrando o pregão abaixo de 17 mil pontos pela primeira vez desde setembro do ano passado. Neste mês, o índice japonês acumula desvalorização de 11%.

Alguns investidores temem que a tendência de alta do iene, que é comum em tempos de incerteza econômica, possa levar exportadoras japonesas a reverem para baixo suas projeções de lucros. O iene acumula ganhos de cerca de 2,7% em relação ao dólar desde o início do ano.

No setor exportador, os destaques de baixa em Tóquio hoje incluíram a montadora Honda (-2,4%) e o fabricante de componentes eletrônicos Murata (-1,9%).

Já os papéis da exploradora de petróleo Inpex caíram 1,5%, influenciados pela forte queda recente dos preços da commodity.

Para o estrategista-chefe da Nomura Securities, Hisao Matsuura, o principal culpado por trás do movimento de liquidação visto na bolsa japonesa é a mudança na política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que em dezembro elevou seus juros básicos pela primeira vez desde 2006.

Desde a crise financeira global de 2008, as bolsas mundiais têm sido sustentadas pelos juros extremamente baixos e compras de bônus por parte de grandes BCs, mas este quadro tende a mudar.

"Todo mundo está muito preocupado sobre como o mundo ficará sem apoio de bancos centrais", comentou Toru Ibayashi, chefe de renda variável na divisão de gestão de riquezas do UBS no Japão. "Os EUA estão começando a apertar (sua política monetária). Se tiver mais relaxamento, será apenas do Banco do Japão (BoJ) e do Banco Central Europeu (BCE)", concluiu.

Fonte: Dow Jones Newswires.