MEIO AMBIENTE

Brasil vai usar drones para monitorar exploração sustentável de florestas.

O uso de drones no monitoramento do manejo sustentável será adotado pelo Serviço Florestal.

Em 15/12/2015 Referência JCC

"O concessionário é obrigado a informar toda a produção no nosso sistema de fiscalização e a gente vai a campo para checar essa informação", explica. "Nós realizamos alguns estudos utilizando drones e isso nos permitiu quantificar, por exemplo, 25 mil metros cúbicos de madeira, que corresponde a cerca de 700 carretas carregadas, num prazo de poucas horas. Se a gente fosse medir essa quantidade de madeira em campo, nós gastaríamos fatalmente duas semanas utilizando seis pessoas", afirma.

A adoção de novas tecnologias está no horizonte do órgão, de acordo com Chaves, devido à previsão de aumento da área concedida para o manejo sustentável.

Até o final de 2015 serão mais de 875 mil hectares de florestas onde é permitido o corte de árvores para produção de madeira legal, onde se extrai anualmente cerca de 1 milhão de metros cúbicos da matéria-prima usada nas indústrias moveleira e da construção civil, entre outras.

A estimativa do Serviço Florestal é de que até 2022 o total de área concedida atinja 7 milhões de hectares, com produção de 4 milhões de metros cúbicos de madeira.

"Para garantir que a produção de madeira da concessão seja feita dentro dos critérios estabelecidos em contrato, com a segurança necessária para garantir transparência e para a sociedade que essa madeira vem de fonte legal e sustentável, a gente precisa aperfeiçoar os instrumentos de monitoramento", observa Chaves.

Celular

O manejo sustentável está regulado no Brasil desde 2009, quando uma resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) o definiu como a "administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema".

A primeira operação regulada de acordo com a determinação do Conama começou em setembro de 2010, na floresta de Jamari (RO). No ano passado, a arrecadação de tributos com o manejo rendeu mais de R$ 8 milhões.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fica com 40% da arrecadação. Já o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF), estados e municípios ficam cada um com 20% do valor.

São esses recursos que o Sistema Florestal invista em novas tecnologias. Entre elas, uma que vai permitir, no futuro, que o consumidor final possa checar a origem da madeira no momento da compra de um produto de madeira ou outros produtos (resinas, raízes, cascas, cipós, etc). 

"O sistema de rastreabilidade está sendo aperfeiçoado para permitir que a madeira adquirida da concessão seja rastreada ao longo de toda a cadeia de produção", diz.

A fiscalização individual poderá ser feita por meio do celular, depois que um sistema de chip eletrônico for adotado para identificar a madeira.

"O consumidor que adquirir uma madeira cerrada proveniente de área de concessão ou o importador da Europa ou dos Estados Unidos vai poder, por meio de um aplicativo de celular, saber exatamente a área, a árvore e coordenada geográfica que originaram o produto que ele está adquirindo", aponta.

"Isso confere uma transparência muito grande e uma segurança maior em todo processo. A gente passa a controlador da madeira de concessão.", afirma Chaves.

Veículos aéreos não tripulados irão fiscalizar áreas concedidas pela União para extração de madeira legal a partir de 2016

Fontes: CMBioIbama, MMASFB