Camelôs são retirados de ruas na Serra e protestam.

Em resposta, a prefeitura disse que os vendedores foram notificados em abril, mas não seguiram a orientação de deixar o local.

Os manifestantes colocaram fogo em pneus, por isso, os bombeiros, a polícia e a Guarda Municipal foram até o local tentar controlar a situação.

“Se a gente não puser trabalhar dessa forma, com o desemprego que tem, a gente vai viver de que? Roubar? Porque, se roubar, a gente vai presa. temos família para sustentar, temos que pagar água, pagar luz, pagar aluguel”, disse uma vendedora ambulante.

Os bombeiros que se deslocaram até o local apagaram o fogo, mas os ambulantes foram pra outro ponto e bloquearam a avenida Central de Laranjeiras com pneus. Por isso, o trânsito ficou parcialmente interditado.

“Vamos mostrar, passar para as pessoas qual é a nossa dificuldade com a prefeitura, até ela se sensibilizar com a nossa situação”, falou o presidente da Associação de Camelôs Anderson Keller.

Alguns comerciantes, moradores e motoristas apoiaram o protesto. “Eles estão trabalhando, tem que dar uma chance para eles. Mas vamos ver o que vai sair disso tudo”, disse um morador.

Os vendedores ambulantes querem saber da prefeitura por que as barracas foram retiradas durante a noite, sem a prefeita colocar em prática o plano do camelódromo.

“Estamos em torno de umas 100 famílias, hoje. O que a gente quer? Sentar com eles para as barracas voltarem para as ruas laterais e realocar alguns que estão na avenida Central, enquanto nosso camelódromo não fica pronto”, destacou Anderson.

Para os motoristas que tentavam transitar pela via, a retirada das barracas atrapalhou não somente o trabalho dos camelôs.

“Infelizmente, isso já virou moda, de todo mundo tirar nosso direito de ir e vir”, disse um motorista.

A Prefeitura da Serra disse que notificou os ambulantes para deixar o local por causa da reclamação de comerciantes e empresários, e também para liberar a circulação de pessoas.

“Eles foram notificados em abril. Temos duas situações aí: uma é que cabe à prefeitura disciplinar o uso do espaço público, criando condições de as pessoas circularem; outra é que os empresários da Serra, a CDL, a associação comercial vêm demandando esse tipo de ação, porque os comerciantes que pagam impostos e geram empregos formais se sentem injustiçados”, disse o Secretário de Desenvolvimento Urbano da Serra, Tarcísio Bahia Andrade.

O secretário destacou que, apesar de o país estar em crise, com alto nível de desemprego, não é a prefeitura a responsável por solucionar o problema.

“A gente não pode criar um problema por causa de outro, que não cabe à prefeitura resolver, pois é uma questão macroeconômica. Eles foram notificados em abril, então, sabiam que mais cedo ou mais tarde a gente ia voltar ali. A primeira notificação é uma abordagem informando da situação irregular, que pede para eles saírem, mas eles insistem”, destacou.

Sobre o camelódromo, Andrade disse que a prefeitura já fez o projeto e aguarda uma decisão para iniciar a obra.