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Câmeras nos ônibus de Vitória não funcionam, afirma sindicato.

Metade dos aparelhos estão fora do ar, diz Sindicato das Empresas.

Em 21/05/2015 Referência JCC

Imagens de videomonitoramento têm sido aliadas da polícia na solução de crimes. Mas, no que depender das câmeras de segurança dos ônibus que circulam pela capital do Espírito Santo, as perspectivas não são as melhores. Metade dos equipamentos não funcionam há cerca de dois anos e não há previsão para manutenção, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado (Setpes).

Atualmente, circulam 260 ônibus com duas câmeras de segurança cada, o que multiplica para 520 o total de equipamentos, instalados há cinco anos com o objetivo de inibir crimes e as frequentes 'puladas de roleta', de acordo com sindicato. Mas como as câmeras não passam por manutenção desde 2012, 260 pararam de funcionar.

A situação chegou a esse ponto porque as empresas que prestam o serviço de transporte público na capital enfrentam desiquilíbrio financeiro, segundo o secretário-geral do Setpes Jaime De Angeli.

“Estamos trabalhando com a tarifa de R$ 2,40, que não cobre os custos do sistema. Somando aumento anual da folha de pagamento e outros gastos, estamos operando no vermelho”, ressalta.

Não valeu a pena
Sem informar valores dos custos de manutenção do sistema de videomonitoramento, De Angeli explicou que a implantação das câmeras não cumpriu com o objetivo inicial.

“Como as câmeras foram uma sugestão da polícia, que disse que seriam eficazes, investimos R$ 1 milhão com a implantação dos equipamentos, mas no final das contas percebemos que as puladas de roleta e os assaltos continuaram. Com prejuízos, estamos numa situação difícil”, ressaltou.

Outro problema apontado, segundo o secretário-geral do Setpes, é a redução no número de coletivos. Na época da implantação das câmeras, eram 330 coletivos ao todo. O que significa que, hoje, a população é atendida por 70 coletivos a menos.

Transcol
Já nos coletivos do Sistema Transcol, segundo a Companhia de Tranportes Urbanos da Grande Vitória (GVBus), as cinco mil câmeras continuam funcionando normalmente e nelas são realizadas manutenções preventivas periodicamente.

Polícia
O titular da Delegacia de Crimes Contra o Transporte de Passageiros e Cargas Tarcísio Otoni imagens auxiliam a polícia. “As câmeras são fundamentais para o trabalho polícia e, se não ajudam a prevenir, ajudam a reprimir o crime”, disse Otoni.

Segundo ele, embora a qualidade das imagens recebidas das empresas seja 'péssima' – não é possível reconhecer um rosto – e o posicionamento dos equipamentos dentro dos coletivos não permita uma imagem mais nítida de longo alcance, o material dá um panorama geral sobre a dinâmica dos crimes.

“Conseguimos ver como tudo começou, os autores. Podemos até comparar versões entre acusados. As imagens complementam o trabalho de perícia, reconhecimento das vítimas e depoimento das testemunhas”, explicou o delegado.

Otoni disse ainda que o que motiva a ação criminosa é o Código Penal que trata a pulada de roleta, por exemplo, como um crime de menor potencial ofensivo. “Outro problema é o tempo de armazenamento das imagens. Uma concessionária guarda as imagens por apenas 24 horas”, reclamou.

Terminais
Nos dez terminais do Sistema Transcol, a situação não é diferente. As câmeras de videomonitoramento foram desinstaladas no mês passado porque o contrato com a empresa que fornecia os equipamentos não foi renovado.

A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV) informou que, até outubro deste ano, um novo sistema de videomonitoramento será contratado e que, atualmente, reforçou o efetivo de vigilantes armados nos terminais de 70 para 80 profissionais.

Fonte: G1-Espírito Santo