SAÚDE

Campanha no Rio combaterá obesidade e sobrepeso.

Cidade está entre as dez capitais com maiores índices de excesso de peso.

Em 22/10/2015 Referência JCC

Representantes do governo federal, a prefeitura do Rio, organizações da sociedade e do setor privado estão trabalhando, unidos, no desenvolvimento de uma ampla ação de promoção da alimentação saudável na cidade do Rio de Janeiro, em 2016. Nesta semana foram discutidos os primeiros compromissos dos parceiros para a campanha "Brasil Saudável e Sustentável" na capital fluminense.

“O momento é de unir esforços em torno do objetivo de tirar o Rio de Janeiro das primeiras colocações das capitais com maior percentual de obesidade”, afirmou o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos. A proposta, segundo o secretário, é que as ações ganhem escala e inspirem outras iniciativas pelo País.

"O Brasil tem um patrimônio físico de produção diversificada de alimentos saudáveis que nos dá base para promover esta mudança nos hábitos alimentares da população, com tudo dentro de casa", disse ele nesta segunda-feira (19), na abertura do encontro, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

"A prefeitura está engajada nas ações da campanha", disse o subsecretário de Desenvolvimento Econômico e Solidário da prefeitura do Rio, Eugênio Soares.

Já o representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Joaquin Molina, falou sobre as ações da organização para o controle da publicidade dos alimentos, que se integra à campanha Brasil Saudável e Sustentável. "Os conceitos de saudável e sustentável estão inteiramente alinhados com o que a Opas acredita como eficazes nesta luta contra a obesidade e o sobrepeso", afirmou.

Para a coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos) da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia Wachsner, é importante "dar as pessoas ferramentas suficientes para que elas possam fazer escolhas conscientes pelos alimentos a serem consumidos". "Essas escolhas vão desde a produção até o consumo. Estabelecer parcerias entre o público e o privado é a forma certa de se construir um país".

Segundo o presidente do Sindicato de Bares, Hotéis e Restaurantes do Rio de Janeiro (Sindrio), Pedro Delamare, o papel da entidade neste processo "é conscientizar os donos de restaurantes sobre a importância do alimento saudável". "Precisamos trazer essa discussão para outros canais, dentre eles, o de fornecedores. O Sindrio trabalha em várias frentes, mas se sente particularmente importante em poder atuar em algo que vale a pena, como esta campanha".

Alertas da balança

Dados recentes do Ministério da Saúde (Pesquisa Nacional de Saúde) apontam que 57% da população brasileira adulta está com excesso de peso e 21,3%, obesa. Com 54,4% de adultos com excesso de peso e 19,4% com obesidade, o Rio de Janeiro está entre as dez capitais com maior índice, de acordo com outra pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014), também do Ministério da Saúde. Além disso, apenas 24,7% da população maior de 18 anos consome a quantidade mínima diária de frutas e hortaliças.

A campanha vai chamar a atenção para os benefícios dos alimentos produzidos localmente e para as vantagens do consumo de produtos orgânicos e agroecológicos e, trará alertas contundentes para os riscos do consumo de produtos ultraprocessados.

Outra ação envolve as compras de alimentos da agricultura familiar para a merenda escolar das escolas públicas do Rio de Janeiro. Uma delas, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), já está em curso e vai fornecer alimentos orgânicos, em um primeiro momento, para 12 escolas públicas municipais da capital.

Na lista constam 22 itens diferentes, como abóbora, batata, beterraba, cenoura, inhame, laranja, tangerina e outros alimentos orgânicos produzidos por agricultores familiares locais. “Esta compra da agricultura familiar, além de inédita na cidade do Rio de Janeiro, vai garantir produtos orgânicos, frescos e variados que irão compor o cardápio e garantir uma alimentação ainda mais saudável para as crianças”, avalia Arnoldo de Campos. A seleção das escolas teve como principal critério aquelas que tenham pelo menos 50% de alunos beneficiários do programa Bolsa Família.

 Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome