ECONOMIA INTERNACIONAL

China desvaloriza iuan após dados econômicos fracos.

O banco central chinês fixou a taxa oficial quase 2 por cento abaixo do nível anterior.

Em 11/08/2015 Referência JCC

XANGAI - A China desvalorizou nesta terça-feira sua moeda após uma leva de dados econômicos fracos, em uma medida que classificou como uma reforma para liberar os mercados, mas que alguns suspeitam que podem ser o início de uma queda mais longa da taxa de câmbio.

O banco central chinês fixou a taxa oficial quase 2 por cento abaixo do nível anterior, antes da abertura do mercado, a 6,2298 iuanes por dólar --patamar mais baixo em quase três anos-- ante 6,1162 no dia anterior. O banco central disse que a decisão é uma mudança na metodologia para tornar o câmbio mais reativo às forças do mercado.

"Uma vez que o balança comercial da China continua a registrar superávits relativamente grandes, a taxa de câmbio efetiva do iuan ainda está relativamente forte em relação a várias moedas globais e diverge de expectativas do mercado", disse o banco central.

"Portanto, é necessário aprimorar mais o ponto médio do preço do iuan para atender as necessidades do mercado".

O Banco do Povo da China chamou a medida de uma "depreciação não recorrente", mas economistas estão divididos sobre o significado da medida. Aparentemente, a decisão reverteu a recente política de manutenção do iuan forte, que tem ajudado a impulsionar o consumo doméstico e os investimentos no exterior.

"Por muito tempo dei crédito ao BC chinês por se manter firme sobre o iuan e reconhecer que, embora pudesse ser tentador tentar fortalecer o modelo antigo de crescimento baseado em depreciação cambial, isso era na verdade um beco sem saída", disse o economista Patrick Chovanec.

Chovanec reconheceu que um iuan mais fraco pode refletir melhor a demanda atual do mercado, mas afirmou que um iuan valorizado serviria para um objetivo mais importante: promover uma "dolorsa" transformação da economia, afastando-se da manufatura de baixo custo e caminhando em direção ao consumo.

"O que o mundo necessita da China não é mais oferta; o mundi precisa de demanda".

Reuters