CULTURA

Complexo da Pampulha pode ter título de Patrimônio Mundial.

Os dossiê que solicita o reconhecimento está sendo analisado por técnicos da Unesco e do Iphan.

Em 01/10/2015 Referência JCC

Terreno fértil para a criatividade de Oscar Niemeyer, o complexo arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, poderá ser reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial. Da prancheta do jovem arquiteto, saíram as curvas que inauguraram o novo jeito de se representar o Brasil moderno.  Os dossiê que solicita o reconhecimento está sendo analisado por técnicos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). De hoje a 3 de outubro eles se reúnem para longa avaliação da candidatura.

O dossiê de candidatura, com mais de 500 páginas, foi entregue ao Iphan em 2014 e contempla toda a documentação exigida para a inclusão do Conjunto Moderna da Pampulha na Lista do Patrimônio Mundial, da Unesco. O pedido está em análise desde fevereiro e não há prazo para definição.  "A Pampulha foi o começo da arquitetura de Oscar Niemeyer", lembra Carlos Ricardo Niemeyer, superintendente da Fundação que leva o nome do grande arquiteto. "Foi graças à Pampulha que ele pôde construir Brasília", completa.

O conjunto inclui os edifícios e jardins da Igreja de São Francisco de Assis, o atual Museu de Arte da Pampulha (antigo Cassino), a Casa do Baile (atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte), o Iate Golfe Clube (hoje Iate Tênis Clube), além da residência de Juscelino Kubitschek, o espelho d'água e a orla da Lagoa no trecho que os articula.

Carlos Niemeyer explica que a candidatura é importante porque estabelece compromissos para a revitalização do espaço e da reconstituição do Iate clube da Pampulha e, também, contribui para aumentar a consciência sobre a importância de preservar o conjunto.

O Complexo

O conjunto arquitetônico e paisagístico da Pampulha foi inaugurado em 1943, quando Juscelino Kubitscheck era prefeito de Belo Horizonte. Além de Oscar Niemeyer, o projeto contou com a participação do paisagista Roberto Burle Marx e possui painéis de Cândido Portinari e esculturas de Alfredo Ceschiatti.

As formas curvas e as qualidades plásticas do concreto armado que compõem as construções da Pampulha representam a materialidade de um momento histórico para a arte e a arquitetura. Nessa época, ocorre no Brasil uma intensa produção cultural com novas linguagens de expressão arquitetônica, impulsionada pelas ideias revolucionárias e vanguardistas do modernismo, que influenciou as gerações posteriores, no Brasil e no mundo.

Fonte: Ministério da Cultura