CIDADE

Confira quais são as categorias que vão parar nesta sexta (28) no ES.

A paralisação começará à zero hora de sexta e irá durar até as 23h59.

Em 25/04/2017 Referência JCC / Gazeta Online

Durante o dia da manifestação, apenas 30% da frota dos ônibus da Grande Vitória deverá circular, segundo o Sindirodoviários, que representa a categoria dos motoristas e cobradores de ônibus. A paralisação começará à zero hora de sexta e irá durar até as 23h59.

Os policiais civis do Espírito Santo também vão atuar com apenas 30% do efetivo nas ruas. A decisão foi anunciada pelo Sindipol, mas contraria uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que definiu como inconstitucional greves de qualquer categoria de policiais.

Além das paralisações, as categorias anunciaram que vão realizar diversas passeatas durante a manhã e um grande ato unificado na parte da tarde, com horário e local ainda a ser definido nos próximos dias. As manifestações, que devem ocorrer por todo o país, acontecerão depois da votação da reforma trabalhista, prevista para terminar na quinta-feira (27) na Câmara. Dirigentes sindicais, no entanto, afirmaram que o protesto desta sexta-feira servirá para pressionar o Congresso a alterar o texto, que seguirá para votação no Senado e deve voltar para a Câmara.

Veja as categorias que vão aderir à greve no ES

Professores - os filiados ao Sindicato dos Professores da Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) e docentes e técnico administrativos da Universidade Federal do Espírito Santo já definiram, em assembleias, que vão parar.

Limpeza pública - Garis, faxineiros e demais profissionais filiados ao Sindicato dos Trabalhadores da Conservação e Limpeza Pública (Sindilimpe) também vão parar 100% de suas atividades. A categoria já havia paralisado na última sexta-feira e estão em negociação com os representantes patronais para o reajuste de 6,29% (baseado na inflação de janeiro) e mais 3% de ganho real nos salários dos trabalhadores. A proposta patronal é de um reajuste de 3,19%.

Segurança Pública - A polícia civil, representada pelo Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol), vai atuar com 30% do efetivo. A decisão contraria a proibição de que policiais façam greve, definida pelo STF em abril.

Comerciários - Trabalhadores que atuam no comércio atacadista e varejista também anunciaram que vão parar 100% de seus filiados, segundo o Sindicomerciários.

Aeroportos - O Sindicato Nacional dos Aeronautas, que representa pilotos e comissários de bordo, informou que definiu nesta segunda-feira (24) o estado de greve. O Sindicato dos Aeroviários do Espírito Santo, dos profissionais que atuam em pista, informou que apoia a greve, mas que as atividades no Aeroporto de Vitória serão mantidas. No entanto, deverá haver paralisação em aeroportos do Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Fortaleza, segundo o sindicato local.

Serviço público - Servidores do Estado, representados pelo Sindipúblicos, revelaram que vão manter apenas o atendimento de áreas que consideram essenciais, como a saúde e a segurança pública. As demais atividades deverão ser paralisadas, com manifestações em Vitória e em algumas cidades do interior.

Construção Civil - Trabalhadores da construção civil também participarão dos atos. A categoria vai parar 100% de seus filiados, segundo a Sintraconst.

Motoboys - Os filiados ao Sindimotos, que representa os motoboys do Estado, também anunciaram a paralisação nesta sexta-feira.

O que defendem as entidades de classe?

Para o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos), Haylson de Oliveira, não há pontos nas propostas de reformas Trabalhista e Previdenciária, que foram apresentadas pelo Governo Federal, e que os trabalhadores estão se movimentando pois temem que seus direitos sejam perdidos.

"São propostas que vão precarizar as relações de trabalho, medidas que vem na contramão do cenário em que vivemos, com mudanças na legislação que tem potencial para criar subempregos, em condições quase análogas a escravagismo. O trabalhador já vive hoje uma situação vulnerável, tirar dele direitos básicos e dar ao patrão a oportunidade de negociar mudanças por meio de acordos, vai criar uma pressão para quem precisa manter seus empregos", afirma.

Presidente do Sintraconst, Paulo César Borba Peres, o Carioca, questiona o déficit da previdência social, conforme sustenta o governo federal. Para ele, os trabalhadores chegaram em "uma situação limite".

"Já não temos nada a perder. O salário já é uma miséria, principalmente na minha categoria, em que o trabalhador ganha em média um salário mínimo e meio. Nossos patrões, as empreiteiras, estão presos e são os corruptores de verdade, por isso estamos vulneráveis, sem a garantia dos nossos empregos. A Lava Jato está aí, chegando ao Espírito Santo, mas quem é punido de verdade é o trabalhador", desabafa.