POLÍTICA INTERNACIONAL

Conheça as propostas dos candidatos na Argentina; 2º turno é no domingo.

Oficialista Daniel Scioli venceu primeiro turno da eleição presidencial.

Em 21/11/2015 Referência JCC

A Argentina vai às urnas neste domingo (22) para definir, em segundo turno, o sucessor da presidente Cristina Kirchner. Os dois candidatos, o oficialista Daniel Scioli e o conservador Mauricio Macri, têm origens familiares semelhantes, são da mesma geração e alegam ser bons amigos, mas defendem modelos de país diferentes em temas fundamentais para a sociedade argentina.

No primeiro turno, Scioli conseguiu mais votos, com 37% do total, do que Macri, prefeito em fim de mandato de Buenos Aires, com 34,1%. No entanto, o opositor abriu vantagem na campanha do segundo turno e passou a liderar as pesquisas de intenção de voto.

Scioli se apresenta como a continuidade a 12 anos de gestão "kirchnerista", mas com um estilo diferente da confrontação permanente adotado pela presidente Cristina Kirchner. O candidato afirma que corrigirá o rumo do atual governo, mas sem cair nas políticas liberais, que representam uma "volta ao passado".

Macri se apresenta como a "verdadeira mudança", mas baseou sua campanha eleitoral em discutir questões formais. Promete dialogar e propõe união, mas evita definições políticas. As promessas de campanha diferem de suas posturas prévias e dos projetos revelados por seus colaboradores.

Veja o que defende cada candidato em relação a temas-chave:

Disputa Cambial  

Scioli: Propõe a liberação progressiva da banda cambial, a medida que se recupere o nível das reservas do Banco Central, atualmente em cerca de US$ 26 bilhões, com a repatriação de capitais, financiamento externo e liquidação de dólares do setor agrário. Defende ainda um dólar a 10 pesos (atualmente a 9,65 no câmbio oficial) e afirma que não haverá uma desvalorização brusca. Quer reduzir a inflação anual a um dígito em 4 anos e rejeita um novo endividamento com o Fundo Monetário Internacional ou "se ajoelhar diante dos fundos abutres", mas considera imprescindível resolver a questão da dívida. Promete desenvolvimento e proteção da indústria argentina e das pequenas empresas, além de impulsionar o mercado interno.

Macri: Eliminará a banda cambial assim que assumir. Propõe abrir a economia. Nega uma 'mega-desvalorização' e diz que o atual governo "já desvalorizou de 3 para 15 pesos", atual preço do dólar no mercado paralelo. Considera que o preço do dólar deve ser fixado "pelo mercado". Afirma que vai liberar as importações e eliminar as retenções sobre as exportações agrícolas, exceto a soja. Promete chegar à "pobreza zero" com crescimento e obras de infraestrutura. Pagará os fundos especulativos para voltar aos mercados financeiros.Scioli: Propõe a liberação progressiva da banda cambial, a medida que se recupere o nível das reservas do Banco Central, atualmente em cerca de US$ 26 bilhões, com a repatriação de capitais, financiamento externo e liquidação de dólares do setor agrário. Defende ainda um dólar a 10 pesos (atualmente a 9,65 no câmbio oficial) e afirma que não haverá uma desvalorização brusca. Quer reduzir a inflação anual a um dígito em 4 anos e rejeita um novo endividamento com o Fundo Monetário Internacional ou "se ajoelhar diante dos fundos abutres", mas considera imprescindível resolver a questão da dívida. Promete desenvolvimento e proteção da indústria argentina e das pequenas empresas, além de impulsionar o mercado interno.

Subsídio x Déficit

Scioli: Conservará os programas sociais e os subsídios. Defende a estatização de empresas e o sistema estatal de aposentadorias. Promete reconhecer um sistema de reajuste automático do piso das aposentadorias.

 

Macri: Durante a campanha prometeu ampliar os auxílios às famílias e manter os programas sociais. Defende as empresas estatizadas (YPF e Aerolíneas Argentinas) mas votou contra a estatização. Reduzirá o gasto público e eliminará subsídios aos serviços de luz, água e gás.

Relações Regionais

Scioli: Fortalecer e ampliar o Mercosul, consolidar a Unasul e dar maior dinamismo à Celac. Já se reuniu e tem o apoio dos líderes regionais: Dilma Rousseff, Tabaré Vázquez (Uruguai), Evo Morales (Bolívia), Michelle Bachelet (Chile), Raúl Castro (Cuba), Rafael Correa (Equador) e Luiz Inácio Lula da Silva.

Macri: Promete uma virada na política externa. Buscará retomar as relações com os Estados Unidos e a Europa como prioritárias. Revisará a aproximação com China e Rússia, países que Kirchner converteu em sócios estratégicos. Quer "descongelar" as relações com Grã-Bretanha, abaladas pelo conflito envolvendo as Ilhas Malvinas. Defende o "abandono do eixo bolivariano" e o pedido para que o Mercosul execute a "cláusula democrática" para suspender a Venezuela.

Trabalhadores 
Scioli: Promete continuar com os acordos paritários (ajuste salarial por negociações coletivas com o aval do governo) e em elevar a 30 mil pesos líquidos a faixa mínima para a cobrança do imposto de renda.

Macri: defende a eliminação dos acordos paritários e a remuneração da produtividade com base nos empregadores. Promete devolver o imposto de renda pago pelos trabalhadores.

Direitos Humanos

Scioli: Apoia o prosseguimento dos julgamentos contra os que violaram os direitos humanos na ditadura, em favor da memória, justiça e verdade.

Macri: Uma vez defendeu "deixar de olhar para trás e acabar com a questão dos direitos humanos", mas na campanha negou terminar com os julgamentos.

Fonte: AFP