CIDADE

Coral de detentos se apresenta em Vitória

Internos de Vila Velha.cantaram em homenagem ao mês da independência do Brasil.

Em 22/09/2014 Referência JCC

Da Penitenciária Estadual de Vila Velha para os palcos, um coral composto por 28 detentos se apresentou no Teatro do Sesi, em Vitória, na manhã deste domingo (21). O Coral 'Libertate' faz parte do projeto de ressocialização dos internos. Eles cantaram hinos pátrios, em homenagem ao mês da independência do Brasil.

Foi a primeira vez que o grupo fez uma apresentação, de acordo com organizadores. Segundo a psicóloga da Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), Flávia Borges, a música pode ser uma possibilidade de recomeço. "Eles mudaram o comportamento, se mostram mais colaborativos em relação aos trabalhadores da penitenciária e da família. A gente mostra que há possibilidades para mudanças de comportamento. Eles já se mostraram mais ativos com relação ao que passamos dentro da penitenciária", disse.

O projeto de recuperação de detentos existe há três anos e é coordenado pela Fundação Operartes, com parceria de uma igreja evangélica de Vila Velha. Ao todo, seis unidades prisionais do estado são impactadas pelo projeto. Além da música, os internos participam de aulas de teatro. Eles cumprem o regime fechado ou o semi-aberto.

Ivan ficou preso por três anos e seis meses. Hoje, ele tem um alvará e foi julgado e condenado pelos crimes que cometeu. Depois de ser aluno do projeto e receber liberdade condicional, Ivan foi contratado como professor do projeto. "Eu fazia quando era criança, mas não profissionalmente. Eu tento mostrar para sociedade que é possível viver uma realidade diferente de dentro da unidade prisional. É possível sonhar, é possível viver a ressocialização sim. Música é sentimento, a música tem sabor, tem textura, tem cor. A minha vida não tinha nada disso e agora tem", disse.

O solista virou exemplo para os outros detentos. Agleucy Venâncio vê o professor e amigo com inspiração para um futuro melhor. "A minha amizade com Ivan aconteceu dentro da unidade prisional. Eu via as dificuldades que ele tinha ali dentro, as dores dele eu senti e depois que ele saiu eu tive e tenho o Ivan como um exemplo. Ele me surpreendeu, de fato", afirmou.

Fonte: G1 Espírito Santo