ESPORTE INTERNACIONAL

Cruzeiro passa sufoco, mas vence Mineros na Venezuela e lidera Grupo 3

Apesar de ser pressionado, time mineiro consegue primeira vitória na competição e assume a ponta de sua chave...

Em 20/03/2015 Referência JCC

Maestro é aquele que rege a orquestra. Mesmo no dia que os músicos não estão sincronizados, é ele que tem a função de mexer a batuta e colocar o time para cima. No futebol, normalmente o maestro é o camisa 10, a mente cerebral do time, o jogador habilidoso. No Cruzeiro tem sido um pouco diferente. Leandro Damião chegou nesta temporada na Toca da Raposa II e tem sido um dos grandes protagonistas da equipe. Na vitória por 2 a 0 contra o Mineros de Guayana, nessa quarta-feira, o centroavante abriu o placar, mesmo quando o time jogava mal, com um gol de puro oportunismo.

Chamou o jogo, protegeu, brigou e ajudou o time celeste a assumir a liderança do Grupo 3 da Libertadores. Damião foi, ao lado de Marquinhos e Alisson, o que mais finalizou no Cruzeiro. O jogador  mostrou que está bem atualizado com a cartilha dos centroavantes. Fez o seu papel. Na chance que teve no primeiro tempo, guardou. Depois de um chute de primeira de Arrascaeta, o goleiro Romo deu rebote. Lá estava Damião, bem colocado, para empurrar para as redes, de cabeça.

No entanto, mesmo com a vitória, a liderança do grupo e o gol marcado, o atacante exigiu mais do time, cumprindo seu papel de liderança. Damião criticou a maneira como o Cruzeiro atuou no primeiro tempo. Ele acredita que a equipe deve ter sim o "espírito de Libertadores" – com marcação, raça e pegada –, mas não pode abdicar do estilo de jogo que é referencia na história do clube: a troca de passes.

- Às vezes se fala muito que na Libertadores tem que marcar, tem que correr, tem que voltar, mas às vezes tem que tocar a bola. O nosso time é muito técnico para isso. Então, se a gente tocar a bola, a gente tem tudo para fazer o placar. Toda vez que a gente fez isso, criamos oportunidades de gol. A gente está querendo toda hora jogar no ritmo de Libertadores, marcando, pegando, mas tem que tocar mais a bola.

Damião, entretanto, acredita que mesmo com a atuação não convincente, a vitória é o mais importante. Mas ressalta que o ideal é aliar os dois aspectos.

- Libertadores é isso, teve jogos que a gente jogou muito melhor. Contra o Huracán fizemos um grande jogo no Mineirão e não conseguimos a vitória. Hoje (ontem) jogamos, não tão bem, e conseguimos a vitória.

Além de Leandro Damião, que abriu o placar para o Cruzeiro em um jogo difícil, quando o time venezuelano pressionava, Marquinhos também se destacou. O atacante foi a principal válvula de escape das investidas ofensivas da Raposa. Damião valorizou as jogadas pela ponta direita, mas chamou a atenção do time. Para o centroavante, a equipe deve colocar em pratica a variedade de jogadas que são treinadas na Toca da Raposa II.

- Nosso time tem várias jogadas, essa do Marquinhos é uma que ajuda muito. Acho que se a bola vai naquele setor do campo a gente tem mesmo que aproveitar, mas nosso time tem várias jogadas e não podemos só jogar pela direita.

Com boas atuações ou não, Damião segue segurando a batuta do Cruzeiro em 2015. Com o jogador em campo foram nove jogos oficiais (pelo Mineiro e Taça Libertadores) e sete gols marcados. O artilheiro também tem mostrado bons números nas assistências, já foram seis no Estadual.

Passo a passo

As boas atuações de Leandro Damião têm chamado a atenção e um retorno do atacante para a Seleção já começa a ser comentado. Durante a semana, o técnico Dunga elogiou o camisa 9 do Cruzeiro, que evita falar no assunto, apesar de não esconder a vontade de voltar a jogar na seleção brasileira.
 
- Tudo tem a sua hora, jamais vou forçar. O treinador que está lá, o Dunga, eu conheço ele. Mas vou fazer a minha parte aqui (no Cruzeiro) e, se for (para voltar), vai ser por merecimento.

Fonte:GloboEsporte