ESPORTE INTERNACIONAL

De sombra de Messi a cavada na final: Sánchez vira protagonista no Chile

Atacante chileno supera rival argentino, garante título em cobrança de pênalti e torna-se referência do time de Sampaoli.

Em 05/07/2015 Referência JCC

Há um ano, Alexis Sánchez acertava a sua transferência do Barcelona para o Arsenal disposto a deixar de ser apenas uma sombra para Lionel Messi. O chileno queria  ser protagonista. Um ano depois, ele não só atingiu o objetivo no clube londrino como passou de coadjuvante a herói de sua seleção ao bater o pênalti que selou o triunfo do Chile por 4 a 1 nas penalidades e garantiu o primeiro título da Copa América aos chilenos.

Sánchez saiu da sombra para derrotar a Argentina de Messi e ser protagonista defendendo o Chile. Mas não foi assim durante toda Copa América. O atacante teve altos e baixos no torneio. Apesar das duas assistências e um gol no torneio (ele finalizou 16 vezes durante toda a competição), ele errou bastante, principalmente por reter demais a bola. No jogo decisivo, por exemplo, ele perdeu 33 bolas - o pior desempenho de todo time na final do último sábado.

Porém, no momento de decidir, o camisa 7 ousou e incendiou o Estádio Nacional de Santiago, lotado com mais de 49 mil torcedores. Bateu sua penalidade com uma bela cavadinha, sem chance para o goleiro Romero. 

Nem o técnico Jorge Sampaoli acreditou no que viu:

- Uma emoção incrível (o lance). Alexis é imprevisível. Treinamos bastante as cobranças, mas em nenhum momento nos treinos ele bateu daquela maneira. Ele decidiu fazer na hora e isso mostra a categoria que ele tem, mostrou capacidade.

Na decisão, Alexis também teve duas oportunidades de garantir o triunfo, uma no tempo normal e outra na prorrogação. Mas errou o alvo. Uma passou por cima do gol e a outra à direita de Romero, que já estava batido. O jogador também chamou a atenção pelo baixo percentual de duelos vencidos contra os argentinos: 33%. No geral, o valor sobe para 40,6%.

Mas o desempenho da estrela não foi motivo de reclamação para Sampaoli, que aproveitou para elogiar a entrega do grupo. 

- Foi uma larga estadia de treinos, preparação. Eles foram buscar a Copa. O Chile não encontrou a Copa, nós ganhamos todos os jogos. Não teve uma partida nossa que pense que não poderíamos superar os rivais. Foi uma grande Copa América e o Chile ganhou de maneira muito bonita - disse o treinador.

Defesa contém os avanços de Messi na decisão

Se Sánchez foi decisivo nas penalidades, o setor defensivo foi importante para anular Lionel Messi. O camisa 10 argentino foi o jogador mais desarmado dos Hermanos, com 29 lances. E o setor responsável por conter os seus avanços cumpriu à risca as orientações de Sampaoli. Medel, Aránguiz, Marcelo Díaz e Beausejour tiveram atuação impecável no tempo normal e na prorrogação. Não deixaram o craque jogar no Nacional de Santiago. 

Díaz foi o jogador que mais desarmou na decisão. Foram seis lances em cima dos argentinos. Medel, Aránguiz e Beausejour não ficaram para trás, com um, cinco e um, respectivamente. Nas retomadas de bola, Medel foi o primeiro, com 12, e Díaz, em segundo, com 11. Tal desempenho ajudou o Chile a evitar os lances dos Hermanos. 

- Tentamos repetir o plano que fizemos contra Espanha e Alemanha. Sabíamos que a ausência de Jara iria prejudicar e decidimos armar o time de uma maneira diferente. Sánchez e Vargas ficaram muito desgastados no último jogo. Preferimos deixar os atacantes centralizados contra a Argentina, com dois laterais que se transformavam em pontas no ataque e um volante que fechava entre os zagueiros para ajudar a marcação.

Fonte:GE