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Deputado diz que navio-plataforma deve ficar parado por 2 anos no ES.

A embarcação explodiu em fevereiro, matou nove pessoas e deixou 26 feridos.

Em 06/05/2015 Referência JCC

O navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus, que deixou nove mortos e deixou 26 feridos em uma explosão em fevereiro de 2015, deve ficar até dois anos parado, sem produção de óleo e gás. A informação é do deputado estadual Marcelo Santos, que se reuniu, nesta terça-feira (5), com o gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo, José Luiz Marcusso.

Procurada pelo G1, a Petrobras não se manifestou sobre a reunião com o deputado.

O navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus é operado pela BW Offshore e afretado pela Petrobras. O acidente no navio-plataforma aconteceu no dia no dia 11 de fevereiro, na região Norte do Espírito Santo. Segundo a ANP, 74 pessoas estavam embarcadas e 26 ficaram feridas.

O deputado, que é presidente da comissão de Petróleo, Gás e Energia da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, falou que o navio deve ficar parado, pois não há como substituí-lo. O acidente aconteceu após uma explosão dentro da casa de bombas do navio, atingindo também a casa de máquinas.

“O navio vai passar por reparos na Noruega, pois no Brasil não há estaleiro com dique seco que possa recebê-lo. Esse dano na parede das duas casas pode ter comprometido a estrutura do navio”, destacou. Para sair do estado, no entanto, são necessárias pelo menos cinco licenças.

Marcelo Santos explicou ainda que não é possível colocar outro navio para operar no lugar do FPSO Cidade de São Mateus, já que um novo navio não terá as mesmas instalações e especificações técnicas para operar no campo de Camarupim e de Camarupim Norte.

O deputado ainda destacou que um relatório entregue por uma comissão composta por Petrobras, BW Offshore (dona do navio) e Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) mostra que o acidente poderia ter sido evitado. “Houve uma sequência de erros pelo não cumprimento de etapas de segurança, concluiu o relatório”, pontuou Santos.

O acidente no navio da empresa BW Offshore, afretado à Petrobras, tem seus relatórios e inquéritos em fase de conclusão. Órgãos como Agência Nacional do Petróleo (ANP), Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Federal e Marinha estão envolvidos na investigação.

Santos também destacou que o navio produzia dois mil barris de óleo por dia e dois milhões de metros cúbicos de gás por dia – o Espírito Santo produz 12 milhões de metros cúbicos de gás. “Essa plataforma tem uma participação grande na autossuficiência de gás. E por mais que seja pouca a escala de óleo, está deixando de produzir”, disse.

O cálculo das perdas previstas para os próximos dois anos ainda não foi realizado. No entanto, o deputado afirmou que a plataforma parada representa prejuízos para o estado e para o município de Aracruz.

Fonte: G1-Espírito Santo