SAÚDE

Descubra o que o amortecedor do seu tênis realmente faz por você

Fisioterapeuta afirma que amortecimento atenua um pouco o impacto do corpo.

Em 12/05/2018 Referência JCC - Raquel Castanharo (Foto: Getty Images)

Usar um tênis com bastante amortecimento é uma dica comum dada para prevenir lesões na corrida. Embora muitas vezes bem intencionada, essa sugestão infelizmente não garante o que promete. As pesquisas científicas mostram que o amortecimento do tênis não diminui o risco de lesões na corrida. O sistema de amortecimento do tênis atenua um pouco o impacto do corpo com o solo a cada passada, mas não o faz desaparecer. Na verdade, a maneira como pisamos é mais efetiva em reduzir o choque do que o amortecedor do calçado.

Em 2010, um pesquisador de Harvard chamado Daniel Lieberman publicou resultados de uma pesquisa que moldou a forma como enxergamos a corrida atualmente. Ele viu que a corrida descalça gerava menos impacto do que a corrida com um tênis de alto amortecimento. Isso porque os corredores descalços aterrissavam no chão primeiro com a parte da frente do pé, enquanto as pessoas de tênis tendiam a aterrissar primeiro com o calcanhar.

Essa diferença de pisada faz a panturrilha trabalhar, funcionando como um amortecedor natural do corpo, que é mais eficiente do que um material do calçado. Isso não significa que o amortecedor não serve para nada, que todo mundo deve jogar fora o tênis e sair descalço pelo asfalto da cidade. Não é isso. O amortecedor traz conforto, o que é muito importante, e atenua um pouco o impacto quando a passada não está legal. O importante é entender que o amortecimento sozinho não consegue proteger o corpo contra lesões. Os músculos devem trabalhar em conjunto com o tênis, para assim reduzir o impacto e permitir um movimento de passada mais seguro.