EDUCAÇÃO

Equipes do Sesi-ES apresentam projetos inovadores no Torneio de Robótica.

O torneio é classificatório para a etapa mundial, que se divide entre EUA, Austrália, Espanha e outros países.

Em 11/03/2015 Referência JCC

As equipes Tróia, do Sesi Linhares, e MarvelBots, do Sesi Araçás (Vila Velha), se preparam para participar da grande final do Torneio de Robótica First Lego League, que será realizada entre os dias 13 e 15 de março, em Brasília (DF). Na bagagem, dois projetos inovadores para serem aplicados na sala de aula. O torneio é classificatório para a etapa mundial, que se divide entre EUA, Austrália, Espanha e outros países. Trata-se de uma oportunidade única para esses alunos do Ensino Médio, que já tomam contato com o que é considerado o topo na indústria – a robótica, o segmento que agrega mais tecnologia e inovação. As duas equipes conquistaram a vaga para a grande final após a etapa regional classificatória, ocorrida em novembro do ano passado, em Vitória. A equipe de Linhares, inclusive, ficou em 1º lugar naquela seletiva.

Nesta temporada, o desafio FLL World Class propõe redefinir os modos como o conhecimento e as habilidades para o século XXI são adquiridos. Os times têm o desafio de ensinar as maneiras pelas quais as pessoas querem e precisam aprender. Durante dois dias, as equipes serão avaliadas em quatro provas: design de robô, core values, desafio do robô e projeto de pesquisa. Os projetos de pesquisa desenvolvidos pelas duas equipes do Sesi-ES inovam por se utilizarem de brinquedos e brincadeiras tradicionais para auxiliar no aprendizado em sala de aula.

A equipe Tróia, do Sesi Linhares, apresentará um projeto de pesquisa que, na verdade, é uma pergunta: “Como os alunos aprendem conteúdos de Física: energia potencial e cinética no 9º ano?”. “A partir desta pergunta, os alunos da 8ª série (que eles cursaram no ano passado) da equipe Tróia conversaram com os colegas para saber qual a disciplina em que mais encontravam dificuldade, tendo a Física liderado, particularmente em conteúdos sobre energia potencial e cinética”, detalha a professora de Robótica e Empreendedorismo, Rose Mello. “Então, fizemos um trabalho de pesquisa mais amplo, no qual descobrimos que se utilizássemos um brinquedo para explicarmos a matéria, o resultado seria excepcional”, completa.

Segundo Rose, a equipe Tróia visitou três escolas públicas para apresentar o projeto de duas maneiras: uma com explicação oral e aplicação de exercício, e outra com explicação utilizando o brinquedo no mesmo exercício. “O grau de compreensão foi muito maior utilizando o brinquedo e, a partir disso, elaboramos gráficos que refletem essa diferença”, ressalta a professora, que também atua como técnica dos alunos no Torneio de Robótica. “Para finalizar o projeto, elaboramos uma tabela com exemplos de brinquedos e quais conteúdos o professor poderá explorar com eles. Vale lembrar que o nosso projeto pode ter custo zero, pois os brinquedos podem ser provenientes de doações”, finaliza.

Já a equipe MarvelBots, do Sesi Araçás (Vila Velha), apresentará o projeto de pesquisa intitulado Cibrimática, que consiste no resgate de brincadeiras tradicionais para o ensino de Matemática. “O projeto a visa melhorar a aprendizagem da Matemática por meio de brincadeiras antigas e, assim, também desenvolver o trabalho em grupo, a socialização e a interação entre os alunos, a fim de despertar o interesse por essas brincadeiras e também desconectá-los um pouco da vida tecnológica”, explica a professora de Matemática e Robótica Mila Maitan, que também atua como técnica dos alunos no Torneio. “O desenvolvimento deste projeto foi muito interessante porque, num primeiro momento, os alunos realizaram uma ampla pesquisa para resgatar jogos que seus pais ou mesmo avós brincavam quando crianças”, completa.

De acordo com a professora, o projeto começou a tomar corpo partir do momento em que a equipe MarvelBots perguntou aos alunos da 1ª à 4ª série como eles gostam de aprender. Após várias entrevistas, concluíram que a melhor forma de aprender é brincando. “Também observamos que a matéria que eles têm mais dificuldade é a Matemática. Então, fizemos a pergunta: ‘Como podemos ensinar Matemática utilizando brincadeiras antigas?’. Com esse fim, selecionamos algumas brincadeiras das mais tradicionais que utilizam a Matemática e elaboramos um circuito de brincadeiras antigas para ensinar a disciplina, que é o Cibrimática”, destaca Mila. Com a aplicação do projeto, as crianças podem melhorar em Matemática e aprendem brincadeiras saudáveis, potencializando a socialização, interação e a participação em grupo. O circuito foi aplicado em várias turmas do Ensino Fundamental I, tanto na rede privada quanto na rede pública.

O Torneio

O Torneio de Robótica FIRST Lego League (FLL) é um programa internacional voltado para crianças de 9 a 16 anos, criado para despertar o interesse dos alunos em temas como ciência e tecnologia dentro do ambiente escolar. A iniciativa também fortalece a capacidade de inovação, criatividade e raciocínio lógico, inspirando a seguir carreira nos ramos da Engenharia, Matemática e Tecnologia. Por meio de uma experiência criativa, os competidores resolvem problemas do mundo real: planejam, projetam, constroem e programam robôs com a tecnologia Lego Mindstorms. 

Fonte: Sesi-ES