SAÚDE

Especialista desvenda alguns mitos sobre o câncer

Notícias falsas confundem e atrapalham o diagnóstico e tratamento da doença.

Em 14/05/2019 Referência JCC, Luiza Medina

Divulgação

De acordo com um estudo liderado pela International Agency for Research on Cancer – um em cada cinco homens e uma em cada seis mulheres irão desenvolver câncer ao longo da vida. Só no Brasil, segundo levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 600 mil brasileiros deverão receber o diagnóstico da doença ainda neste ano.

Diante desses números, é natural que as pessoas tenham muitas preocupações em relação à doença, porém este receio faz com que o câncer seja um tema sempre atrelado a mitos. Atualmente, ferramentas de busca on-line e compartilhamento de mensagens por aplicativos são verdadeiros proliferadores das chamadas fake news da saúde e a única forma de combater notícias sem embasamento científico é munindo as pessoas com informação.

A conscientização sobre o câncer é a melhor ferramenta para o combate e diagnóstico precoce de tumores malignos. A doutora Cintia Nascimento, oncologista, esclarece cinco mitos sobre a doença.

Confira:

1. Mamografia realizada anualmente aumenta o risco de mulheres desenvolverem tumores malignos

Este é um boato recorrente, e, com as redes sociais ganhou ainda mais força nos últimos anos. Recentemente, uma nova onda de fake news invadiu grupos de WhatsApp por conta de um vídeo que passou a circular e que supostamente trazia dados comprovando que a realização anual do exame aumentaria o risco de mulheres desenvolverem tumores malignos.

Todos os anos cerca de 60 mil brasileiras recebem o diagnóstico de câncer de mama. Este é o segundo tipo de tumor que mais atinge as mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. “Apesar de o diagnóstico gerar preocupação, é preciso ressaltar que a doença tem tratamento e que as chances de recuperação total das pacientes quando o diagnóstico é feito de forma precoce supera a marca de 95% dos casos”, explica a médica.

A principal ferramenta para que isso seja possível é a mamografia, que deve ser realizada anualmente a partir dos 40 anos e consegue detectar um nódulo antes mesmo que ele se torne palpável.

2. Ingerir adoçantes causa câncer

Há muitos anos o adoçante gera desconfiança em relação à segurança na saúde de quem opta por utilizá-los e por isso há ainda quem prefira ingerir o açúcar. “Estudos antigos realizados em ratos utilizando altas quantidades de adoçantes com ciclamato mostraram que de fato causavam câncer. Porém, análises atuais feitas com outros tipos de adoçantes não foram capazes de confirmar essa associação”, explica a oncologista do Cecon.

3. O câncer antes dos 30 anos é 100% hereditário

O câncer hereditário se manifesta predominantemente em pacientes com menos de 50 anos, entretanto só 10% dos cânceres são hereditários enquanto os outros 90% tem relação com o estilo de vida. “Conhecer o histórico familiar é essencial, mas é preciso também ter cuidado com hábitos do cotidiano. Alimentação saudável, prática de exercícios físicos, a ingestão controlada de bebidas alcoólicas são algumas atitudes que podem prevenir o desenvolvimento do câncer antes dos 30 anos”, salienta a médica.

4. Implantes de silicone podem causar câncer de mama

O câncer de mama é uma doença que acomete a glândula mamária, sobretudo os dutos e lóbulos. Porém, as próteses de silicone são vistas por alguns como um fator para o surgimento da doença. Apesar de ser uma questão levantada há anos, estudos comprovaram não haver relação entre o uso de próteses e o câncer de mama. “A recomendação é que tanto as mulheres com implantes quanto as que não o possuem mantenham a avaliação periódica e realizem os exames para monitoramento”.

5. Depilação a laser ou com luz pulsada podem ser fatores para surgimento do câncer de pele

Esses procedimentos acabam gerando grande dúvida porque as pessoas confundem os métodos utilizados com os raios ultravioletas e Raio-X. Os raios que representam de fato riscos à saúde, como os emitidos pelo sol, são capazes de atingir camadas mais profundas no corpo e não têm um critério de destruição prejudicando o tecido. “A luz emitida nesse tipo de procedimento não penetra nas camadas mais profundas. No entanto, o ideal é evitar a depilação a laser ou luz pulsada em áreas com pintas”, finaliza Cintia.

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