ECONOMIA CAPIXABA

Estradas precárias impedem maior exportação de gengibre no ES

Perdas são ainda maiores quando chove, dizem produtores.

Em 03/12/2018 Referência JCC - Fábio Linhares

Ari Melo

As estradas precárias no interior do Espírito Santo têm impedido uma exportação maior de gengibre produzido no estado. Quando chove, as perdas são ainda maiores. Tem produtor que recebe pedido de pelo menos um container por dia, mas só consegue entregar quatro por mês.

O produtor rural e exportador, Helmar Schram, tem uma propriedade de 30 hectares, na localidade de Rio das Farinhas, em Santa Leopoldina. Ele conta que a produção de gengibre de qualidade requer muitos cuidados. “Hoje, para produzir, a gente tem que ter uma terra de boa qualidade”, falou.

São 15 anos trabalhando na produção de gengibre. Por conta do preço, Helmar prefere mandá-lo para exportação.

“A exportação tem preço melhor, o mercado interno está barato, e o consumo lá fora é maior”, explicou Helmar.

Da produção de Helmar, 70% vai para o Chile, Argentina e países da Europa. O mercado fora do país é certo, mas o problema é o caminho que o produto faz até o ponto de exportação.

“Hoje no dia de sol, passa carro, mas quando chove a gente fica parado uma semana, duas. Não tem como trabalhar com o gengibre tipo exportação”, completou.

Segundo o engenheiro agrônomo Pedro Rodrigues, a região de Santa Leopoldina é propícia para a produção do gengibre.

“Climas amenos auxiliam a produção de gengibre. O gengibre não é uma planta que tolera altas temperaturas. Pelo fato de ser região serrana com altitudes acima de 600 metros, auxilia a produção de gengibre para exportação”, explicou Rodrigues.

Colheita

Depois de colhido o gengibre passa por essa máquina onde é lavado. Depois, são pré-selecionados e separados entre os que vão para exportação e os que ficam no mercado interno.

Também é feita uma limpeza e retirada dos brotos. O gengibre fica em uma estufa para secar e depois é embalado pra ser mandado para outros países.

“Para o mercado exportação tem que ser lavado, preparado, secado. Dá um pouco mais de mão de obra, mas no preço compensa. Melhor vender na exportação”, disse Helmar.

Para ser vendido a outros países, o gengibre tem que ter pelo menos 250 gramas e uma boa aparência. Quando ele se quebra ou tem pequenos defeitos não serve nem para o mercado interno. Eles representam cerca de 15 a 20% da produção, que é jogada no lixo.

Problemas

Celso Siller trabalha como exportador de gengibre e explica que não atender toda a demanda do mercado internacional por causa da situação das estradas.

“Hoje eu estou conseguindo fazer quatro contêineres por mês, mas eu tenho pedido pra um contêiner diário. Eu não estou conseguindo atender”, falou.

Prefeitura

A Prefeitura de Santa Leopoldina reconheceu que a estrada precisa de melhorias e explicou que a manutenção não foi feita por causa da chuva. Algumas estradas receberam um paliativo. Ainda segundo a prefeitura, será feita uma ação para melhorar o acesso para os produtores.