ECONOMIA NACIONAL

Exportação de algodão alcança US$ 428,1 milhões em 2015.

Associação dos Produtores de Algodão destacou a boa recuperação do País.

Em 15/09/2015 Referência JCC

As vendas externas de 313 toneladas de algodão, de janeiro a agosto deste ano, renderam ao Brasil US$ 482,1 milhões de divisas. Mas, em decorrência da queda dos preços internacionais do produto, o País teve de exportar 29,1% a mais para obter lucro 3,96% maior que o mesmo período do ano passado.

Descontadas as importações brasileiras de algodão de fibra longa no ano, o saldo comercial do setor ficou em US$ 478,8 milhões, registrando aumento de 17,6% sobre igual período do ano passado.

Os números foram divulgados pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que destacou a boa recuperação da cotonicultura nacional nos últimos dez anos, em especial após a devastação provocada pela praga do bicudo-do-algodoeiro – inseto de maior incidência e com maior potencial de danos à produção. Apesar disso, o Brasil passou de comprador para vendedor do produto.

Atualmente, o País é o quinto produtor (atrás da China, Índia, dos Estados Unidos e do Paquistão), e o terceiro maior exportador (atrás de Estados Unidos e da Índia). O Brasil colheu 1,467 milhão de toneladas na safra 2014/2015 – principalmente nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Maranhão – e vendeu o excedente para Indonésia, Vietnã e Coreia do Sul.

Especialista em cotonicultura, Alan Malinski, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), disse que, mesmo com grande potencial para aumentar a produção, o País precisa enfrentar alguns problemas, além do bicudo.

De acordo com Malinski, um desses problemas é o alto percentual de fibras curtas do algodão, em razão da falta de mão de obra qualificada na hora de separar a fibra do caroço do algodão, que reduz a produtividade e desvaloriza o algodão.

Malinski acrescentou que o agricultor também enfrenta altos custos de produção, estimados em torno de 30% neste ano. Segundo ele, a alta demanda por defensivos e fertilizantes e a forte valorização do dólar têm diminuído a rentabilidade dos produtores, o que, na sua análise, dificulta a manutenção dos pequenos produtores em atividade.

Fonte: Agência Brasil