POLICIA

Família de Paulo Roberto Costa é ouvida em ação da Lava Jato.

Ex-diretor de Petrobras, as filhas e os genros têm delação premiada.

Em 13/05/2016 Referência JCC

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, as filhas e os genros serão ouvidos pela Justiça Federal na tarde desta sexta-feira (13) em uma audiência referente a um dos processos ligados à Operação Lava Jato. Eles são acusados de organização criminosa e, como são delatores, devem responder as perguntas do juiz Sérgio Moro.

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) acusa os familiares de Paulo Roberto Costa de retirar documentos e dinheiro do escritório da Costa Global Consultoria, no Rio de Janeiro. A empresa pertencente ao ex-diretor da petrolífera.

Segundo os procuradores, a ordem de retirar o material que poderia servir como prova dos crimes cometidos dentro da Petrobras foi dada por Paulo Roberto Costa.

Ainda conforme o Ministério Público Federal, câmeras de segurança do prédio registraram a ação dos réus no dia 17 de março - mesma data em que foi deflagrada a primeira fase da Operação Lava Jato.

A força-tarefa alegou que as imagens mostram os familiares entrando e saindo com sacolas e mochilas da Costa Global Consultoria, enquanto Paulo Roberto Costa prestava depoimento sobre o esquema descoberto.

Respondem ao processo os seguintes familiares de Paulo Roberto Costa: Ariana Azevedo Costa Bachmann e Shanni Azevedo Costa Bachmann, filhas; Marcio Lewcowicz e Humberto Sampaio de Mesquita, genros.

À época, os advogados de defesa afirmaram que a retirada dos documentos no dia da operação foi coincidência.

Este processo ficou parado na Justiça Federal por mais de um ano em decorrência do acordo de colaboração celebrado entre Paulo Roberto Costa e a Procuradoria-Geral da República.

Ele foi o primeiro delator do esquema de corrupção na estatal. Na sequência, familiares do ex-diretor também fizeram acordos de delação.

Paulo Roberto Costa revelou à investigação, por exemplo, a existência de um esquema de propinas envolvendo empreiteiras, políticos e diretorias da Petrobras que passou a funcionar em 2004, beneficiando três partidos (PT, PMDB e PP). As legendas negam as acusações.

O ex-diretor também revelou propina na compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Em troca, comprometeu-se a devolver US$ 25,8 milhões que mantinha na Suíça e nas Ilhas Cayman, pagar multa de R$ 5 milhões. Paulo Roberto Costa chegou a ficar detido na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, e agora cumpre prisão domiciliar. As filhas e os genros não chegaram a ser presos.

Atualmente, são 57 colaboradores que aceitaram repassar informações sobre o esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro no Petrobras, de acordo com o Ministério Público Federal.

Fonte:G1