TEMAS GERAIS

Famílias de vítimas da tragédia em Brumadinho vão à Harvard

A convite do Centro David Rockefeller, representantes da AVABRUM participam do evento.

Em 11/04/2024 Referência CCNEWS, Redação Multimídia

Foto: Alexandre Gonçalves/Divulgação/Avabrum

O evento acontecerá nos dias 11 e 12 de abril, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. As diretoras da AVABRUM, Andresa Rodrigues e Alexandra Andrade, afirmaram que uma das bandeiras é a não repetição. Barragens não se rompem da noite para o dia.


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A convite do Centro David Rockefeller para Estudos Latinoamericanos, a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho (AVABRUM), estará, nos dias 11 e 12 de abril, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, para participar de uma série de painéis sobre “Extrativismo Predatório: As Maiores Catástrofes de Mineração do Brasil em um Contexto Global”. 

Os painéis se concentrarão nos piores desastres ambientais e humanitários do Brasil, ambos resultantes de rompimentos de barragens de rejeitos de mineração: a barragem de Fundão, operada pela Samarco (joint venture entre BHP e Vale), em 2015; e a barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, da Vale, em 2019, as duas no estado de Minas Gerais.

No evento, representando a AVABRUM, estarão a presidente da associação, Andresa Rodrigues, que perdeu o seu único filho, Bruno Rocha Rodrigues, e Alexandra Andrade, que perdeu o irmão, Sandro Andrade Gonçalves, e o primo, Marlon Rodrigues Gonçalves, todos enterrados na lama. 

Repetição

As diretoras da AVABRUM, Andresa e Alexandra, afirmaram que uma das bandeiras é a não repetição. Barragens não se rompem da noite para o dia.

“É muito importante mostrar a luta da AVABRUM em todos os lugares do mundo. Uma das nossas bandeiras é a não repetição. Barragens não rompem da noite para o dia. Multas não seguram barragens, não salvam vidas. De fato, o que nós precisamos ter, é uma fiscalização, um monitoramento, eficiente, sem maquiagem. Essas tragédias são evitáveis. O lucro não deve valer mais que a vida. Em Brumadinho, a lama matou 272 pessoas, entre elas, funcionários da mineradora, pessoas da comunidade e turistas. E continua matando, de tristeza, os familiares, que sem ver a justiça acontecer, estão morrendo. 5 anos se passaram e nossas vidas mudaram da pior maneira possível, e nunca mais serão as mesmas. Os corpos de nossos entes queridos, com o impacto da lama, foram fragmentados. Os velórios, caixão fechado, e até hoje, recebemos ligações do IML, com reidentificação de partes corpóreas dos nossos parentes.  Para a vida, não existe reparação. Os familiares estão adoecidos, com sequelas físicas e psicológicas. E é por isso, a luta da AVABRUM, por justiça, encontro, memória, direito dos familiares e não repetição do crime da Vale.” 

Destruição indiscriminada da natureza

O extrativismo predatório nada mais é do que a retirada indiscriminada de recursos da natureza: minerais, animais ou vegetais, sem se preocupar se eles irão se reconstituir, ou até mesmo, deixar de existir. E os impactos ao meio ambiente são inúmeros. 

Lutas contínuas para comunidades no Brasil

Tiago Genoveze, que dirige o Programa de Estudo do Brazil no Centro de Estudos Latinoamericanos da Universidade de Harvard, disse que essas tragédias são lutas contínuas para as comunidades no Brasil.

“Essas tragédias não são apenas histórias – são lutas contínuas para as comunidades no Brasil. Com Minas Gerais enfrentando inúmeras barragens de alto risco, a luta por justiça e segurança continua. E a mineração está por toda a parte, e pelos dados, só vai aumentar.”

Ainda segundo Genoveze, o objetivo também é inserir a temática dentro de um contexto global.

“Além de informar e engajar acadêmicos e outros públicos, nosso objetivo também é inserir a temática dentro de um contexto global”, completou.

Serviço: 
"Extrativismo Predatório: As Maiores Catástrofes de Mineração do Brasil em um Contexto Global"
Data: 11 e 12 de abril de 2024;
Local: Auditório Tsai, CGIS Sul 1730 Cambridge Street Cambridge, MA 02138 Estados Unidos.
(Por Yasmin Marques e Viviane Raymundi/AsImp)

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