CIDADE

Famílias do Morro da Boa Vista seguem desabrigadas após 1 mês.

Pedra gigante rolou do alto do morro no dia 1º de janeiro.

Em 01/02/2016 Referência JCC

Um mês após o deslizamento da pedra gigante que atingiu casas no Morro da Boa Vista, em São Torquato, Vila Velha, no Espírito Santo, 19 famílias continuam alojadas em um abrigo improvisado pela prefeitura. De acordo com a administração municipal, essas pessoas vão ser beneficiadas pelo aluguel social nos próximo dias. As obras de contenção das pedras continuam no alto do morro.

A pedra rolou após um deslizamento de terra, no dia 1º de janeiro. A informação da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) é que cinco feridos foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e pelo Corpo de Bombeiros, além de outras 10 pessoas socorridas por moradores, com ferimentos leves. Não houve desaparecidos, nem mortos.

Entretanto, muitas famílias tiveram que deixar as casas por risco de novos deslizamentos. Os momentos de desespero não saem da cabeça dos moradores. “Eu não vi a pedra rolando, só ouvi o barulho do povo. Já saiu me arrastando lá para baixo” lembra a aposentada Domingas Andrade Souza, de 76 anos.

Ela teve a casa atingida e precisou passar um tempo na casa de parentes. Mesmo com medo, ela decidiu voltar para o morro. “Toda hora que eu lembro, pra mim já vai a pedra rolando outra vez”, disse.

A família da estudante Camila Conceição, de 14 anos, também voltou pra casa, mesmo sabendo do risco.“Nossa casa está em risco, mas a gente continua aqui, não tem pra onde ir”, disse.

No abrigo da prefeitura, 19 famílias ainda dividem o espaço improvisado em uma escola. O que elas mais querem é poder voltar para casa em segurança. “Aqui (no abrigo) é ruim porque você não tem liberdade, não é igual à sua casa, você está misturado com um monte de gente”, disse o pintor Elinaldo santos.

Aluguel social
Segundo a prefeitura de Vila Velha, seis famílias que tiveram as casas atingidas já receberam o aluguel social. Ainda esta semana outras famílias devem entrar na lista, mas a prefeitura não soube informar quantas.

No abrigo, o clima é de incerteza. “Fez um mês que a gente está aqui dentro e sem resposta de nada. Nem mandam a gente voltar pro morro e nem dão solução pra gente”, disse a dona de casa Leiliane Alves.

Obras
Pelas vielas, trabalhadores andam por todos os lados. Os funcionários tem contado com a ajuda de um teleférico que carrega areia, brita e cimento. Lá em cima, a obra de contenção não para.

Fonte: G1-ES