Famílias que ocupavam antigo IAPI, em Vitória, mudam de prédio

Após a desocupação do IAPI, que terminou no domingo (23), eles chegaram a ficar de forma improvisada na Associação de Moradores da Piedade, mas deixaram o local para ocupar o outro prédio.

“A gente estava em cerca de 70 pessoas, umas 40 famílias, estão se adaptando e agora fazendo a limpeza do prédio como a gente sempre faz”, explicou o coordenador do Movimento nacional de Lutar pela Moradia, Tiago de Almeida.

O novo prédio ocupado fica entre as avenidas Princesa Isabel e Jerônimo Monteiro, as principais do Centro de Vitória. Entre os ocupantes, estão cerca de 15 crianças.

De fora do imóvel, é possível ver infiltrações e mofo no teto. “È um cômodo só e tem lugar que é só terra, é pura poeira”, contou a desempregada Maria Margareth Rodrigues.

Adriana participa da ocupação junto com quatro filhos. Grávida, ela espera a chegada do quinto até o fim do ano. “Eu trabalhava, eu pagava meu aluguel, só que aí fiquei desempregada, fui despejada de casa, foi quando surgiu o movimento na fazendinha e eu fui com meus filhos”, disse a desempregada Adriana Ferreira.

A ocupação do antigo IAPI começou no dia 6 de maio. As famílias fizeram gatos para conseguir água e luz, e também houve um incêndio em uma das salas do prédio, deixando uma mulher com queimaduras em várias partes do corpo.

No local estavam abrigadas crianças, idosos, pessoas desempregadas e que alegam não terem pra onde ir. A reintegração aconteceu quase dois meses depois que a Justiça Federal determinou a reintegração de posse, solicitado pela Advocacia Geral da União.

A cada reintegração de posse, a ocupação muda de lugar. O movimento começou em abril, quando as mesmas famílias ocuparam um terreno particular conhecido como Fazendinha, na Grande São Pedro. Em seguida, acamparam no prédio da prefeitura, na Enseada do Suá.

Em maio, as famílias seguiram para o antigo prédio do IAPI e depois para a Associação dos Moradores da Piedade. Nesta terça-feira (25), todas as famílias já tinham deixado o local e seguido para o novo prédio ocupado no Centro de Vitória.

A prefeitura da capital disse que está conversando com os ocupantes e pede que as famílias façam um cadastramento para entrar nos programas de habitação. No entanto, as famílias dizem que já fizeram o cadastro, mas não houve diálogo com a prefeitura.

(Foto: Reprodução/ TV Gazeta)