SAÚDE

Fibrilação atrial pode aumentar em 5 vezes as chances de AVC

Doença pouco conhecida é o tipo de arritmia cardíaca mais comum.

Em 25/01/2019 Referência JCC, Mariana Brenner

Divulgação

Pouco falada, até mesmo desconhecida por muitos, a fibrilação atrial (FA) é o tipo de arritmia cardíaca mais comum, chegando a atingir dois milhões de brasileiros. Para entendermos bem a gravidade desta doença e a importância de um tratamento adequado, é preciso saber primeiro o que é uma arritma. Quando praticamos exercícios físicos, por exemplo, o ritmo dos batimentos do coração é acelerado. Neste caso, se tratando de uma pessoa saudável, está tudo dentro do esperado. O problema é quando há um desequilíbrio do ritmo cardíaco que não está vinculado a uma necessidade específica. Essa descompensação sem motivo aparente é o que chamamos de arritmia cardíaca. A fibrilação atrial é – muitas vezes – uma doença silenciosa, apesar de também poder causar palpitações, dores no peito, tontura e falta de ar.

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A FA está, em muitos casos, relacionada à incidência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) de tipo isquêmico, mais popularmente conhecido como derrame, uma das principais causas de morte do mundo. O potencial de gravidade da FA é tão expressivo que estudos apontam que ela pode aumentar em cinco vezes o risco de AVC. A ocorrência de fibrilação está associada a fatores como hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca e infarto do miocárdio, aumentando significativamente com o envelhecimento.

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Este último ponto precisa ser muito observado porque estamos vivendo justamente um período de aumento da população idosa. Tecnicamente, a doença provoca desorganização na atividade elétrica dos átrios do coração, fazendo com que eles “fibrilem”, ou seja, se contraiam de uma forma desordenada. Parte do tratamento para FA envolve anticoagulantes, aqueles medicamentos conhecidos por afinar o sangue, que têm como objetivo evitar a formação de trombos. O possível deslocamento desses trombos ou coágulos pela corrente sanguínea até o cérebro pode causar um acidente vascular cerebral, conhecido como derrame. Muitas pessoas, entretanto, têm certa resistência de tomar esse tipo de remédio pela preocupação com possíveis sangramentos em situações de emergência, como em um acidente, por exemplo, já que este é um dos principais efeitos colaterais dessa classe de medicamentos.

Exemplo de um coração normal e um coração que sofre de Fibrilação Atrial - Foto: Dreamstime

A grande questão hoje no Sistema Único de Saúde (SUS) sobre esse tema é que o anticoagulante disponível tem mais de 50 anos, exige controle rigoroso com exames feitos em laboratório para ajuste da dose e apresenta diversas interações com outros remédios e mesmo com alimentos. Por esses motivos, cerca de metade dos pacientes que usam o medicamento não consegue ser anticoagulada de maneira correta, expondo-se ao risco de um AVC ou até mesmo de algum tipo de sangramento. Entretanto, já existem anticoagulantes mais modernos disponíveis, entre eles a dabigatrana, indicada para a prevenção de AVC isquêmico e embolia sistêmica em pacientes com fibrilação atrial. Esta terapia tem dose única, o que dispensa o monitoramento rotineiro da coagulação.

A droga faz parte de uma nova classe de medicamentos disponíveis para atingir uma grande demanda médica não atendida na prevenção e tratamento de doenças tromboembólicas agudas e crônicas. Um dos maiores benefícios da dabigatrana em relação ao medicamento atualmente disponível no SUS é que também já existe um agente reversor, de princípio ativo idarucizumabe, aprovado em 61 países – inclusive no Brasil –, que age revertendo especificamente o efeito deste anticoagulante em poucos minutos e não interfere em outras etapas do processo de coagulação. O seu efeito é momentâneo, para pacientes que apresentam sangramentos incontroláveis ou passarão por cirurgias de emergência.