NEGÓCIOS

Findes e Imetame debatem investimento em ferrovia

Estrutura portuária precisa se conectar à malha ferroviária para ganhar competitividade.

Em 11/07/2020 Referência CCNEWS, Redação Multimídia

Foto: Divulgação/Projeção do Porto da Imetame

A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e diretores da Imetame Logística Porto se reuniram nesta sexta-feira (10) com o deputado Evair de Melo, vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara, para apresentar a importância do Contorno da Serra do Tigre (MG) para a infraestrutura do Estado. A obra precisaria ser incluída como prioridade na renovação da Concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).

A presidente eleita da Findes, Cristhine Samorini, e o presidente Léo de Castro participaram da reunião, com os diretores da Imetame Gilson Pereira, Giuliano Favalessa e Anderson Carvalho. Cristhine Samorini iniciou a reunião falando sobre a importância da obra para a competitividade do Estado.

Os diretores da Imetame explicaram que o contorno é estratégico para melhorar a conexão dos portos do Espírito Santo com os Estados do Corredor Centro-Leste: Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Minas Gerais e Espírito Santo.

Opção operacional

A Codesa deverá ser privatizada e a Imetame está construindo um porto com profundidade de 17m, que será uma importante opção operacional para as linhas de longo curso que operam com navios de grande porte no Brasil. O porto estará preparado para atender a próxima geração de navios conteineiros, New Post Panamax e também Capesize de grãos.

O Espírito Santo, portanto, terá investimentos em sua estrutura portuária, mas precisa conectar essa estrutura à malha ferroviária para ganhar competitividade.

A Ferrovia Centro-Atlântica é uma malha ferroviária com ramificações que vão do Centro-Oeste ao Nordeste e alcançam São Paulo e Rio de Janeiro. O trecho mais estratégico para Minas e Espírito Santo é o do Corredor Centro-Leste, que conecta o Centro-Oeste brasileiro à Estrada de Ferro Vitória a Minas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Novo trecho ferroviário

O trecho da ferrovia que atravessa a Serra do Tigre apresenta traçado sinuoso e inclinado, com sérias restrições operacionais. O que a Findes defende é a implantação de novo trecho ferroviário – que é o Contorno da Serra do Tigre – com extensão estimada de 450 km entre Patrocínio (MG) e Sete Lagoas (MG).

O novo trecho, com redução da inclinação das rampas e ampliação dos raios de curvatura, possibilitaria aumento da velocidade média no trecho, de 16 km/h para 60 km/h. O contorno permitiria a ampliação da capacidade de transporte do Corredor Centro-Leste em cerca de 21 milhões de toneladas anuais e a redução da distância de transporte entre o Triângulo Mineiro e os portos do Espírito Santo em aproximadamente 120 km.

“Essa obra é importante não somente para o Espírito Santo, mas para todo o Brasil. Vamos conversar com o ministro Tarcísio Freitas, da Infraestrutura”, disse o deputado Evair.

A proposta da Federação é que o Contorno da Serra do Tigre seja executado com recursos de outorga da renovação da FCA. A renovação da outorga ainda será analisada pela ANTT, a partir da apresentação de novo plano de investimentos pela concessionária. O investimento para a implantação do contorno é estimado em R$ 3,15 bilhões.

O presidente Léo de Castro, a presidente eleita Cristhine Samorini e o deputado Evair decidiram agendar novos encontros nos próximos dias, para mobilizar demais membros da bancada federal capixaba e para dialogar também com o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Flávio Roscoe, e deputados federais de Minas. (Com informações da Assessoria de Imprensa da Findes)