POLÍTICA CAPIXABA

Governador do ES decreta luto oficial após morte de Gerson Camata

O autor do crime foi Marco Venício Moreira Andrade, de 66 anos.

Em 27/12/2018 Referência JCC, Pedro Rafael Vilela

Agencia Senado/Geraldo Magela

O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, decretou luto oficial de sete dias no estado em homenagem ao ex-governador Gerson Camata, que foi morto a tiros na tarde desta quarta-feira (26), em Vitória. O autor do crime foi Marco Venício Moreira Andrade, de 66 anos. Ele foi assessor de Camata por cerca de 20 anos e era processado pelo ex-governador.  

"Recebi com muita tristeza a notícia da morte de um amigo, nosso querido ex-governador Gerson Camata. Gerson foi o primeiro governador eleito no nosso estado no período da redemocratização do país. Fez um governo realizador e que entrou para a história dos capixabas", escreveu em nota. O governador disse ainda que suspendeu todas as suas agendas de trabalho para "acompanhar de perto" a apuração do crime. "Estou colocando o Palácio Anchieta à disposição da família Camata para que o funeral seja realizado na sede oficial do governo".

O governador eleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), que assume o comando do estado na próxima semana, também manifestou seu pesar pela morte de Gerson Camata. Pelo Twitter, ele se disse "consternado" com o crime e elogiou a trajetória do ex-governador.    

"Consternado com o brutal assassinato do ex-governador Gerson Camata.  Lamentável que um homem como ele, que tanto contribuiu para o desenvolvimento do nosso Estado, tenha perdido a vida de forma tão trágica", escreveu. 

Entenda o caso

O ex-governador do Espírito Santo Gerson Camata (MDB), de 77 anos, foi assassinado a tiros na tarde desta quarta-feira (26), na Praia do Canto, em Vitória. A Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo informou que ele foi alvo de vários disparos e não resistiu aos ferimentos. O suspeito do crime já foi preso e presta esclarecimentos no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, informou a Secretaria de Segurança Pública. 

Formado em economia, Gerson Camata se destacou a partir de um programa de televisão, no Espírito Santo, nos anos de 1960. A partir daí, foi para a política. Em 1966, se elegeu vereador em Vitória. Também foi deputado estadual, deputado federal e governador do Espírito Santo. No Senado, Gerson Camata exerceu três mandatos, entre 1987 e 2011. 

Gerson Camata

Gerson Camata - Arquivo/Agência Senado/Geraldo Magela

Na Constituinte, Camata defendeu a limitação do direito de propriedade privada, o mandado de segurança coletivo, a jornada semanal de 40 horas, o aviso prévio proporcional, a unicidade sindical, o voto aos 16 anos, o presidencialismo, a limitação dos juros reais em 12% ao ano, o mandato de cinco anos para presidente e a criação de um fundo de apoio à reforma agrária.

Como parlamentar da Constituinte, ele se absteve das votações relativas ao turno ininterrupto de seis horas e à anistia aos micro e pequenos empresários.

Ao se despedir da vida política, em dezembro de 2010, em seu último pronunciamento no Senado, o então senador relembrou os 44 anos de vida política. Camata disse que deixava a vida pública com a consciência tranquila e ressaltou jamais ter perdido a fé na grandeza do Espírito Santo e do Brasil.

Era casado com Rita Camata, ex-deputada federal por cinco mandatos, que foi relatora do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Lei de Responsabilidade Fiscal. O ex-governador deixa dois filhos.

* Texto atualizado às 21h05. * Com informações da Agência Senado e Agência Brasil