CIDADE

Governo do ES aguarda projeto para analisar derrubada de casarão.

Prefeito de Santa Teresa quer demolir prédio histórico para construir ponte.

Em 24/06/2015 Referência JCC

O governo do Espírito Santo aguarda o projeto para analisar a derrubada do casarão histórico de Santa Teresa, na região Serrana do estado. No local, o prefeito do município Claumir Zamprogno (PSB) quer construir uma ponte. Ele pediu 60 dias para apresentar o projeto de intervenção.

Segundo a gerente de memória e patrimônio da Secretaria de Cultura do Espírito Santo (Secult) Christiane Gimenes, o Conselho Estadual de Cultura é o responsável por decidir o impasse. Ela explicou que a análise do projeto dura cerca de 60 dias.

A gerente explicou ainda que a avaliação levará em conta a importância histórica do prédio, e também o desenvolvimento pretendido. "Santa Teresa é um município muito singular. Tanto na parte histórica da cidade, onde tem alguns casarões, quanto no interior. Mas principalmente, pela questão da cultura italiana. Esse ano mesmo Santa Teresa ganhou o título de ser a primeira cidade a ter a colonização italiana no Brasil. Toda essa configuração importante, não só o casarão em si, mas em toda a cidade", explicou.

O prefeito do município Claumir Zamprogno (PSB) explicou que o objetivo da derrubada é melhor o fluxo no Centro Histórico. "Os carros menores vão passar no centro e os maiores vão passar por fora. Então, não dá para passar todo mundo por fora e matar o meu comércio", disse.

Ele pretendia entregar a ponte em 10 de dezembro. "Se não me atropelarem, em 10 de dezembro quando acenderem a luz de natal e se abre a ponte. O preço da família para fechar amigável é R$1 milhão e 300 mil. E eu estou disposto a pagar, porque é o preço de mercado. O dinheiro está em caixa", completou o prefeito.

Protesto
No dia 14 de junho, os moradores de Santa Teresa deram um abraço simbólico no casarão histórico. Os manifestantes são contra a demolição e querem manter a história e a arquitetura desse prédio.

Cantando o Hino Nacional, o grupo 'abraçou' o prédio que  representa a história daquela que é a primeira colônia italiana do Brasil.
   
Um dos organizadores do abraço, Marcos Leão, defende que os imóveis do município devem ser tombados pelo Patrimônio Histórico.
   
“Sem o tombamento, não há como ter controle. Somos contra a demolição do   casarão, pois a passagem de caminhões pesados vai danificar ainda mais a estrutura dos prédios localizados próximos ao local. Um deles é feito de estuque”, disse ela.

Fonte: G1-ES