POLÍTICA INTERNACIONAL

Hillary Clinton inicia ofensiva para tentar liquidar a disputa democrata.

Ela decidiu utilizar uma carta importante: seu marido, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001).

Em 02/06/2016 Referência JCC

A pré-candidata democrata à presidência americana Hillary Clinton inicia nesta quinta-feira (2) uma ofensiva para tentar vencer de maneira categórica a primária da Califórnia, no último episódio da batalha interna do Partido Democrata, que se mostrou muito mais difícil que o previsto.

A ex-secretária de Estado decidiu utilizar uma carta importante: seu marido, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001), também vai pedir votos aos eleitores californianos para Hillary possa conquistar a indicação democrata em grande estilo na próxima terça-feira.

Antes do início da campanha eleitoral, a nomeação da ex-primeira-dama - apoia pela liderança do partido e por doações bilionárias - era considerada algo tranquilo.

Mas o senador Bernie Sanders, com um discurso que bate na acomodação do Partido Democrata e sem apoios milionários, mostrou que existe uma importante corrente insatisfeita em todo o país, o que o transformou em um rival duro para Clinton.

Entre os republicanos, o bilionário Donald Trump - um empresário sem experiência política - deixou para trás 16 adversários, incluindo alguns pesos pesados, e já tem um número suficiente de delegados para garantir a candidatura à presidência.

Importantes lideranças do Partido Democrata também decidiram aumentar a pressão sobre os eleitores para tentar concluir a disputa interna da maneira mais rápida possível, em uma tentativa de evitar divisões antes da eleição presidencial.

Mas é justamente o firme apoio da liderança partidária a Clinton o combustível que estimula muitas pessoas a apoiar Sanders, um forte crítico da agenda cada vez mais moderada do partido.

Muitas pesquisas apontam que Clinton e Trump registram níveis de imagem negativa sem precedentes na história política americana, de quase 60% do eleitorado.

Na próxima terça-feira, os democratas também realizarão primárias em Nova Jersey e é possível que neste estado Hillary Clinton consiga os delegados que faltam para assegurar a nomeação, mas uma derrota na Califórnia (ou até uma vitória apertada) deixará seu favoritismo claramente abalado.

No processo das primárias, até o momento Clinton conquistou 1.769 delegados, contra 1.544 de Sanders, uma diferença de 225 delegados.

Mas a ex-secretária de Estado teria o apoio de 543 'superdelegados', dirigentes e legisladores do partido, o que a deixaria, a princípio, com 2.312 votos assegurados na convenção partidária, muito perto dos 2.383 necessários para encerrar a disputa.

O problema é que a primária na Califórnia distribuirá nada menos que 475 delegados, de forma que esta consulta interna tem condições de modificar a relação de forças para a convenção.

Para o jornal Washington Post, uma vitória de Sanders na disputa interna democrata é "possível, mas altamente improvável".

Várias pesquisas indicam que Clinton, apesar da resistência de parte importante do eleitorado democrata, deve sair vitoriosa da primária na Califórnia, mas ela precisa de um triunfo categórico para mostrar que tem a liderança real da disputa interna.

Como os democratas distribuem os delegados de forma proporcional, com os delegados que conquistar na terça-feira nas primárias da Califórnia, Nova Jersey, Montana, Novo México e Dakota do Sul, Clinton deve liquidar o pleito.

Para Sanders, a esperança reside nas pesquisas sobre as eventuais disputas na fase decisiva da campanha, que deixam claro que ele pode vencer Trump com muito mais facilidade que Clinton.

A ex-secretária de Estado chegou a ter uma vantagem de 12% sobre Trump nas pesquisas, mas a diferença sumiu e atualmente está dentro da margem de erro. Algumas sondagens, inclusive, já mostram Donald Trump na liderança.

As mesmas pesquisas mostram que Sanders poderia derrotar Trump por 10 pontos percentuais.

Desta maneira, a esperança de Sanders é que os 'superdelegados' decidam apoiar não o pré-candidato com mais delegados na disputa interna, e sim aquele com mais possibilidades de derrotar Trump.

AFP