SAÚDE

Hospital Estadual Central realiza palestras sobre AVC.

O AVC é uma das principais causas de morte e de sequelas incapacitantes no Brasil e no mundo.

Em 22/10/2015 Referência JCC

Aproximadamente nove pessoas por dia foram internadas em hospitais públicos do Espírito Santo, nos últimos sete anos, em decorrência de AVC (acidente vascular cerebral), também conhecido como derrame, totalizando 24.392 internações no período. Atentos aos números, que preocupam por ser o AVC uma das principais causas de morte e de sequelas incapacitantes no Brasil e no mundo, médicos do Hospital Estadual Central, em Vitória, realizarão palestras, entre 23 e 29 de outubro, para orientar principalmente pessoas idosas, as mais afetadas pela doença
 
Referência no acolhimento de vítimas de acidente vascular cerebral, a Unidade de AVC do Hospital Estadual Central ultrapassou a marca de 2 mil atendimentos em três anos de funcionamento, uma média de 58 por mês. A neurologista Rubia Rasseli Sfalsini, coordenadora da Unidade, ressalta que grande parte dos casos pode ser prevenido com controle dos fatores de risco, por isso a equipe médica vai aproveitar a semana do Dia Mundial do AVC, celebrado em 29 de outubro, para conscientizar as pessoasconfira programação no final da matéria.
 
A neurologista explica que os fatores de risco que facilitam a ocorrência de um derrame podem ser divididos em não modificáveis e modificáveis. Os não modificáveis são idade, no caso, idosos são os mais afetados; sexo, no caso, os homens têm mais risco; raça, as  pessoas negras estão mais sujeitas a sofrer acidente vascular cerebral; além do fato de algum parente, especialmente de primeiro grau, do lado materno ou paterno, ter sofrido AVC.
 
“Dentre os fatores de risco modificáveis, destaco a hipertensão arterial sistêmica; o diabetes; dislipidemia, que seria o aumento do nível de colesterol e de triglicerídeos no sangue; tabagismo; ingestão abusiva de álcool; doenças do coração e vida sedentária. O controle adequado desses fatores de risco diminui a possibilidade de uma pessoa ter um derrame, aumentando o tempo e a qualidade de vida", enfatiza a médica.
 
Segundo o neurologista José Antônio Fiorot Júnior, também coordenador da Unidade de AVC do Hospital Estadual Central, o acidente vascular cerebral é uma emergência médica provocada por paralisação imediata do fluxo de sangue para determinada área do cérebro. O tipo mais comum de AVC é o isquêmico, causado pela obstrução do fluxo sanguíneo cerebral. O segundo tipo mais comum é o AVC hemorrágico, no qual ocorre rompimento de vasos sanguíneos e extravasamento de sangue para o tecido cerebral.
 
“Os sintomas do acidente vascular cerebral ocorrem de forma súbita e são principalmente fraqueza ou dormência de um lado do corpo, boca torta, dificuldade para falar e alteração na visão. É importante detectar precocemente esses sintomas e chamar o Serviço Móvel de Urgência (Samu 192), pois se o paciente for socorrido ainda na fase aguda, ou seja, em até quatro horas e meia após o início do quadro, a possibilidade das sequelas serem minimizadas são maiores”, explica o médico.
 
Vale destacar que, via de regra, todos os pacientes atendidos no Hospital Estadual Central são encaminhados pela Central Estadual de Regulação de Leitos Hospitalares, pois a unidade funciona como retaguarda. A exceção são os casos de AVC, que dão entrada por meio do Samu.
 
Dados
 
Das 24.392 pessoas internadas no Espírito Santo entre 2008 e 2014 em decorrência de AVC, 53,41% tinham 65 anos de idade ou mais e 21,01% entre 55 e 64 anos. Apesar de pessoas com mais idade sofrerem mais risco de ter AVC, os médicos alertam que a doença também pode afetar os mais jovens, que devem, igualmente, ficar atentos e controlar os fatores de risco. Em sete anos, 2.166 pessoas com idade entre 25 e 44 anos vítimas de derrame deram entrada em hospitais públicos do Estado, ou seja, em torno de 25 internações por mês no período.
 
Os homens, de fato, foram os mais afetados. Eles representam 53,62% dos que foram internados na rede pública do Espírito Santo em decorrência de AVC nos últimos sete anos. E entre janeiro e agosto deste ano, 1.594 homens foram internados em hospitais públicos por essa mesma causa.
 
Tratamento
 
Os pacientes que chegam ao Hospital Estadual Central até quatro horas e meia após o início dos primeiros sintomas (fase aguda) têm a chance de passar pelo tratamento trombolítico, um procedimento que dissolve o coágulo e possibilita a recuperação da função neurológica em 30% a 50% dos casos.
 
A neurologista Elida Maria Nunes Bassetti, médica da Unidade de AVC do Hospital Estadual Central, diz que nesses três anos de funcionamento da Unidade 45,6% dos pacientes chegaram ao hospital ainda dentro da janela terapêutica da fase aguda, o que tornou possível o tratamento com trombólise endovenosa e trombectomia mecânica. Segundo ela, além de oferecer a possibilidade de tratamento para esses casos, o hospital realiza exames para identificar a causa do acidente vascular cerebral, buscando prevenir um novo evento de forma mais eficaz.
 
Programação da Semana Mundial de Combate ao AVC
 
23 de outubro (sexta-feira), às 17 horas
Palestra: “AVC – Como prevenir, reconhecer e tratar. Reabilitação – Quando iniciar e por quanto tempo fazer?”, com o neurologista José Antônio Fiorot Junior. Na Emescam (sala 201) – Avenida Nossa Senhora da Penha, nº 2.190, bairro Santa Luiza. Evento voltado principalmente para estudantes, mas aberto para todos que tiverem interesse no assunto.
 
27 de outubro (terça-feira), às 8 horas
Palestra: “AVC – Uma epidemia mundial. Como reduzir o risco, identificar e tratar”, com o neurologista José Antônio Fiorot Junior. No Centro de Convivência para a Terceira Idade de Jardim da Penha – Rua Saturnino Rangel Mauro (Rua do Canal), nº 503.
 
28 de outubro (quarta-feira), às 8 horas
Palestra: “AVC – Uma epidemia mundial. Como reduzir o risco, identificar e tratar”, com a neurologista Rubia Rasseli Sfalsini. No Centro de Convivência para a Terceira Idade de Jardim Camburi – Rua Dr. João B. Miranda, nº 115, próximo ao Rancho Beliscão.
 
28 de outubro (quarta-feira), às 16 horas
Palestra: “AVC – Como prevenir, reconhecer e tratar. Reabilitação – Quando iniciar e por quanto tempo fazer?”, com a neurologista Rubia Rasseli Sfalsini. No Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes) – Praia da Costa, em Vila Velha, próximo ao Clube Libanês.
 
29 de outubro (quinta-feira), às 8 horas
Palestra: “AVC – Uma epidemia mundial. Como reduzir o risco, identificar e tratar”, com a neurologista Elida Maria Nunes Bassetti. No Centro de Convivência para a Terceira Idade do Centro de Vitória – Rua Coronel Monjardim, nº 147, próximo ao Colégio do Carmo.
 
Fonte: SECOM-ES