Incêndio em turfa pode ser criminoso, dizem bombeiros do ES.

O Corpo de Bombeiros encontrou, na manhã desta segunda-feira (30), vestígios que podem indicar que o incêndio que atingiu a área de turfa, que fica no subsolo da região do Mestre Álvaro, na Serra, Espírito Santo, tenha sido criminoso. O incêndio começou há mais de um mês e meio e foi controlado neste domingo (29), segundo o aspirante Caliman. Nesta manhã, durante uma vistoria, a equipe encontrou marcas que podem ser de algum líquido inflamável jogado no local. Uma perícia vai avaliar qual produto foi jogado e se realmente foi o que provocou a volta do incêndio.

“Ontem nós havíamos conseguido controlar toda essa área. Nessa parte onde está pegando fogo não existia nenhum foco de fogo. Depois de um mês e meio de trabalho, a gente conseguiu colocar essa área como controlada”, lamentou o aspirante Caliman. A fumaça resultante do incêndio era motivo de reclamação pelos moradores da Grande Vitória, que se diziam incomodados com o cheiro.

Segundo Caliman, manchas no chão indicam que algum líquido inflamável foi jogado do local. “Quando a gente passa o pé em cima [da mancha], a gente chega até a área que não foi queimada. Isso significa que é uma queima superficial, não é uma queima de turfa. Então alguém colocou fogo aqui, alguém jogou líquido, esse líquido começou a pegar fogo e o fogo proliferou para toda a área”, explicou.

Agora, os bombeiros recomeçam o trabalho de combate ao incêndio. São duas frentes de serviço: uma com enxadas, usadas para estancar a expansão do fogo e outra é com água. São 36 mil litros por dia. Para não desperdiçar água potável, os bombeiros utilizam água de reuso, fornecida pela Cesan.

Turfa
O biólogo Marco Cravo explica que a área da turfa fica no subsolo de vegetação. “O incêndio acontece de forma subterrânea. Essas áreas de baixadas da região do Espírito Santo que vem desde a região de Piúma, passando por Cariacica e chegando no município da Serra são solos turfosos. A turfa é uma matéria orgânica, é um combustível. Esse fogo está debaixo da terra e vai queimando lentamente por causa da umidade do solo", falou Cravo.

Fonte: G1-Espírito Santo