ESPORTE NACIONAL

Inter diz que Vitória conhecia regras e agiu de má-fé no caso Victor Ramos.

O Colorado diz que o clube baiano agiu com "má fé" ao utilizar o jogador em 26 partidas do Brasileirão.

Em 07/12/2016 Referência JCC

– O Vitória conhecia perfeitamente qual era o procedimento correto a ser adotado, tanto que chegou a iniciá-lo (!), tendo conscientemente, dolosamente, de má-fé, decidido não prosseguir por esta via em razão de que isso não satisfaria seus interesses. Portanto, o "iter procedimental" peculiar, anômalo, adotado pelo E.C. Vitória no caso concreto, visava precisamente burlar o prazo estabelecido pelo Regulamento do Campeonato Baiano de 2016 para a inscrição de atletas registrados em virtudes de transferências internacionais – alega o Inter. 

Na briga para escapar do rebaixamento, o clube gaúcho pede que o STJD reabra o caso e puna o clube baiano com a perda de pontos nas partidas nas quais Victor Ramos atuou. No momento, a novela jurídica se encontra em espera no STJD. Após o pedido do Inter para anexar documentos ao processo 71/2016, aberto pelo Bahia no começo do ano, a procuradoria solicitou ao Vitória e à CBF que apresentem esclarecimentos sobre o imbróglio. As duas partes têm até quarta-feira para responder à solicitação. A partir daí, a Procuradoria decide se irá denunciar, ou não, o clube baiano.

A queixa do Inter tem a ver com a transferência do defensor para o clube baiano após o término de seu empréstimo ao Palmeiras, que defendeu em 2015. Ramos tem seus direitos ligados ao Monterrey, do México. Ocorre que o atleta estava registrado no TMS da Fifa como jogador do Palmeiras, com contrato ativo com o clube paulista. Tal transação teria sido feita sem seguir os passos recomendados pela entidade numa negociação internacional.  

O Vitória, por sua vez, garante que recebeu o ofício do STJD e que irá respondê-lo ainda nesta terça-feira. O clube baiano garante que não há "fato novo" no caso e assegura que a negociação foi nacional. À época, o argumento do Leão foi de que, após o fim do empréstimo de Victor Ramos ao Palmeiras, em dezembro do ano passado, o certificado de transferência internacional (ITC) não saiu do Brasil, assim seria uma negociação nacional. A Federação Baiana de Futebol (FBF) teve a mesma visão sobre o caso e afirmou que a CBF confirmou o caráter da negociação. 

Em entrevista recente ao GloboEsporte.com, o diretor de registro e transferência da CBF, Reinaldo Buzzoni, disse que não há irregularidade no registro de Victor Ramos. Buzzoni reconhece que o procedimento não foi o correto, mas afirma a irregularidade existiria se tivesse falta do ITC (o certificado internacional de transferência), o que não aconteceu, já que se tratou de uma transferência nacional. Para ele, o STJD não deve nem aceitar a denúncia do Inter.

Fonte: ge